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Irã repudia decisão britânica de incluir Hezbollah em lista de terroristas

02/03/2019 12h04

Teerã, 2 mar (EFE).- O Ministério das Relações Exteriores do Irã repudiou energicamente neste sábado a decisão do Reino Unido de colocar o grupo xiita libanês Hezbollah na lista de terroristas e ressaltou que a organização é vista por Teerã como "um grupo legítimo e legal".

"A medida do Reino Unido ignora deliberadamente uma grande parte do povo libanês e a legitimidade e o status legal do Hezbollah na estrutura administrativa e política do Líbano", disse em comunicado o porta-voz do ministério, Bahram Qasemi.

Qasemi declarou que a decisão "chega em um momento no qual o Hezbollah tem uma base social e popular muito grande e, como outros partidos no Líbano, participa das eleições e atividades oficiais, incluindo as eleições municipais e os sindicatos, e tem uma presença ativa e construtiva".

O porta-voz enfatizou que atualmente o Hezbollah tem várias cadeiras no Parlamento, está presente no gabinete de governo e "devido à sua brilhante história em defesa à soberania e integridade territorial do Líbano contra a ocupação e agressão sionista é respaldado por uma ampla gama de forças no país e na região".

"O próprio Hezbollah foi e é vítima do terrorismo sionista e takfiri (extremistas sunitas). Durante a última década, foi um dos pilares e elementos-chave da luta contra o terrorismo e a derrota dos grupos terroristas na região, incluindo o Estado Islâmico", analisou.

A medida do Reino Unido que entrou em vigor na sexta-feira estabelece como crime punível com até dez anos de prisão ser membro ou incitar ao apoio desta organização.

O braço militar do Hezbollah já estava proscrito no Reino Unido, mas não a parte política, embora segundo o ministro do Interior britânico, Sajid Javid, ambos "já não se diferenciem".

O Irã apoia financeiramente o Hezbollah, que lutou lado a lado com o regime do presidente sírio, Bashar al Assad, também apoiado pelo Irã com assessores militares e milicianos xiitas desde o início do conflito no país. EFE