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Ataque de grupo ligado à Al Qaeda mata 20 integrantes das forças sírias

03/03/2019 09h16

Damasco, 3 mar (EFE).- Pelo menos 20 efetivos das tropas do regime sírio e de seus aliados morreram neste domingo em um ataque suicida cometido pelo grupo Ansar al Tauhid, ligado à organização Al Qaeda, dentro da zona desmilitarizada na província de Hama, no norte da Síria, informaram o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH) e fontes rebeldes.

O OSDH afirmou que o grupo jihadista lançou um ataque suicida durante a madrugada contra uma posição do regime na cidade de Al Masasna, no norte de Hama, que fica dentro do cordão de segurança estabelecido entre Rússia e Turquia.

No ataque, pelo menos 20 efetivos das forças sírias e de seus aliados morreram, assim como cinco jihadistas, segundo o OSDH, cuja sede fica no Reino Unido, mas que conta com uma ampla rede de colaboradores no terreno.

Por sua vez, a agência estatal síria "Sana" afirmou que "unidades do exército estão enfrentando grupos terroristas que atacaram um grande número de posições militares em Al Masasna e Lahaya, no norte de Hama".

A "Sana" disse que o ataque deixou "vários mortos", sem oferecer detalhes.

Por outro lado, uma fonte do grupo insurgente Frente Nacional para a Libertação, integrada principalmente por facções que operam sob o guarda-chuva do insurgente Exército Livre da Síria (ELS), revelou à Agência Efe sob condição de anonimato que o grupo Ansar al Tauhid capturou dois integrantes das forças sírias.

A fonte acrescentou que a ação dos radicais acontece depois que as forças governamentais lançaram dezenas de projéteis de artilharia contra localidades em Hama e Idlib.

O grupo Ansar al Tauhid tem presença no norte da província de Latakia, assim como em Hama e Idlib, considerados os últimos redutos dos insurgentes que se levantaram contra o governo do presidente sírio, Bashar al Assad.

O grupo foi fundado em março de 2018 e é liderado por um ex-integrante do grupo rebelde Jund al Aqsa em Idlib, ligado à Al Qaeda.

Com o ataque de hoje, sobe para 118 o número de membros das tropas governamentais que morreram desde a implementação da zona desmilitarizada em 17 setembro, segundo o OSDH.

Rússia e Turquia aprovaram em setembro o estabelecimento de uma faixa de segurança, que abrange as províncias de Idlib, Aleppo, Hama e Latakia, todas no norte do país, como corredor humanitário diante do que parecia que seria a campanha final do exército sírio contra o último reduto opositor.

A Rússia, principal aliado de Assad, advertiu há semanas que a situação em Idlib está se deteriorando rapidamente porque as milícias associadas ao antigo braço sírio da Al Qaeda, que era conhecido como Frente al Nusra, ampliaram sua influência na região após expulsarem representantes da oposição moderada. EFE