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Ataques de grupos radicais matam 33 membros de forças sírias

03/03/2019 19h11

Damasco, 3 mar (EFE).- Pelo menos 33 soldados do Exército oficial e seus aliados morreram neste domingo em dois ataques de combatentes ligados à organização Al Qaeda na zona desmilitarizada nas províncias de Hama e Latakia, no norte da Síria, informou o Observatório Sírio de Direitos Humanos.

Pelo menos 27 deles morreram em um ataque do grupo Ansar al-Tawhid, vinculado à organização extremista, contra um posto do governo na cidade de Al-Masasna, no norte de Hama, dentro do cordão de segurança pactuado entre Rússia e Turquia para separar forças sírias de grupos rebeldes e islamitas. O ataque aconteceu de madrugada e o número de vítimas aumentou com o decorrer do dia, segundo o Observatório.

Mais cedo, uma fonte do grupo insurgente Frente Nacional para a Libertação, integrada principalmente por facções que operam sob o guarda-chuva do Exército Livre Sírio (ELS), indicou à Agência Efe que a Ansar al-Tawhid capturou dois membros das forças sírias. A fonte, que preferiu não se identificar, acrescentou que esta ação dos radicais aconteceu depois que as forças governamentais lançaram dezenas de projéteis de artilharia contra localidades de Hama e Idlib, esta última controlada em grande parte por grupos opositores.

O Observatório informou sobre um segundo ataque contra as forças governamentais em uma região montanhosa no nordeste de Latakia e que foi cometido pela Organização de Libertação do Levante, ex-filial da Al Qaeda na Síria. Pelo menos seis soldados de Damasco morreram nessa ação, depois da qual se desencadearam enfrentamentos entre as duas partes. Segundo o Observatório, pessoas ficaram feridas dos dois lados.

A agência de notícias estatal síria, "Sana", informou que o Exército lançou "uma série de ataques de artilharia e mísseis contra sedes dos grupos terroristas" em diferentes pontos de Hama e provocou perdas materiais e humanas. Anteriormente, a agência tinha informado que as tropas repeliram o ataque de vários grupos terroristas contra posições militares no norte de Hama. Uma fonte militar anônima citada pela "Sana" admitiu que o Exército teve baixas, mas deu detalhes.

A agência também informou de outro ataque que aconteceu hoje à tarde contra posições do Exército nas montanhas de Latakia, com morteiros e foguetes, e que foi repelido. Uma fonte militar destacou que "muitos terroristas" foram abatidos e dois soldados ficaram feridos nos combates que duraram uma hora.

A violência acontece no perímetro da zona desmilitarizada, estabelecida por Rússia e Turquia em setembro do ano passado em torno da província de Idlib, para evitar uma ofensiva das forças governamentais sobre esta região, que é o último reduto das facções armadas contrárias ao presidente Bashar al-Assad.

A Rússia, principal aliada de Assad, advertiu há algumas semanas que a situação em Idlib piora rapidamente porque as milícias associadas à ex-filial síria da Al Qaeda estenderam a sua influência ao expulsar de lá representantes da oposição moderada. EFE