Marechal Hafter toma controle de região-chave para domínio da Líbia
Trípoli, 3 mar (EFE).- O marechal Khalifa Hafter, líder do governo no leste da Líbia, anunciou neste domingo que conseguiu o controle definitivo da estratégica região do sul, o que o transforma no homem mais poderoso do país.
"As nossas forças chegaram à fronteira sul com a Argélia e entraram em cidades como Ghat e Awaynat", explicou à imprensa local o coronel Ahmad al Mismari, o porta-voz do Exército Nacional, grupo sob o comando do marechal.
Há alguns dias, outras localidades de grande importância, como Awbari, Sabha e Murzuq, também foram tomadas por Hafter. Além do domínio das cidades de fronteira, as forças de Hafter conseguiram no último mês o controle das reservas de petróleo de Sahara e El Feel, as duas maiores do sudoeste da Líbia. As duas jazidas, exploradas pelas multinacionais Repsol (Espanha) e ENI (Itália), não só garantem o domínio de toda a indústria petrolífera como dão impulso para a tomada de Trípoli, já que são essenciais para a sobrevivência energética e econômica da capital.
Com a conquista do sul, território dominado por senhores da guerra, líderes tribais, contrabandistas e milícias estrangeiras, Hafter consegue também uma vitória política sobre o governo apoiado pela Organização das Nações Unidas (ONU) em Trípoli, que agora está quase sem influência territorial.
Na semana passada, o marechal se reuniu com o primeiro-ministro do governo apoiado pela ONU, Fayez al-Sarraj, nos Emirados Árabes. Eles acertaram dar sequência ao plano de reconciliação nacional e que inclui a realização de eleições legislativas e presidenciais.
Fontes próximas aos envolvidos disseram à Agência Efe, no entanto que Hafter e Sarraj voltaram a discordar sobre a forma como o processo deve acontecer, já que o marechal insiste em se opor à realização de uma conferência nacional para decidir o tipo de consulta.
O plano para a convocação de eleições foi apresentado pela ONU em 2017 e inicialmente foi recusado pelo marechal, ex-membro da cúpula de Muammar Kadafi que foi recrutado anos depois pela CIA e levado aos Estados Unidos, onde se tornou um dos principais opositores líbios no exílio.
A Líbia, uma nação que vive um estado de caos e guerra civil desde 2011, tem dois centros de poder desde 2015: um sustentado pela ONU, que controla apenas a capital e alguns poucos núcleos urbanos, e outro na cidade de Tobruk, comandado por Hafter. EFE
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.