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Democratas conseguem votos para rejeitar emergência de Trump no Senado

04/03/2019 18h52

Washington, 4 mar (EFE).- Vários senadores republicanos já anunciaram a intenção de votar contra a declaração de emergência decretada por Donald Trump para financiar o muro na fronteira com o México, o que representaria um desafio no Congresso e forçaria o presidente dos Estados Unidos a usar a capacidade de veto.

"Devo votar segundo os meus princípios. Acho que (o presidente) está errado, não na sua política, mas na busca para expandir os poderes presidenciais acima dos seus limites constitucionais", disse nesta segunda-feira o senador republicano Rand Paul pelo Twitter.

Em artigo de opinião na "Fox", Paul também lembrou como os republicanos rejeitaram o uso do poder executivo por parte do ex-presidente Barack Obama e ressaltou que "a única maneira de ser um funcionário honesto é defender os mesmos princípios sem levar em conta quem está no poder".

Com esta rejeição, a proposta legislativa de bloqueio à declaração de emergência nacional emitida por Trump em fevereiro para realocar fundos para a construção do muro alcançaria os 51 votos necessários para se impor.

A expectativa é que a votação seja realizada nas próximas duas semanas. Os 47 senadores democratas do Senado já garantiram que votarão para bloquear a medida, ganharam o apoio de quatro republicanos: Susan Collins, Thom Tillis, Lisa Murkowski e, agora, Paul.

Os republicanos contam com uma leve maioria no Senado, de 53 a 47. A iniciativa necessitava a maioria simples no Senado para seguir em frente, o que forçaria Trump a fazer valer o veto presidencial, o que já prometeu fazer.

"Acredito que o que está claro no Senado é que haverá votos suficientes para aprovar a resolução de desaprovação, que depois será vetada pelo presidente e depois, com quase toda probabilidade, o veto será respaldado pelo Congresso", afirmou nesta segunda-feira Mitch McConnell, líder da maioria republicana no Senado, em um ato no Kentucky.

Após o veto presidencial, a medida voltaria ao Congresso, onde precisaria superar dois terços dos votos para seguir adiante revogando o veto presidencial, o que parece improvável por enquanto.

Previamente, já tinha sido aprovada na Câmara dos Representantes, de maioria democrata, por 245 votos a favor e 182 contra, com o apoio de 13 republicanos, mas também abaixo dos dois terços.

Como consequência, se imporia a capacidade de veto presidencial, mas o bloqueio por parte das câmaras do Congresso significaria uma incomum rejeição do Legislativo à Casa Branca.

Trump decretou em 15 de fevereiro o estado de emergência nacional por uma suposta "invasão" de drogas e criminosos na fronteira com o México depois que o Congresso negou as pretensões orçamentárias do presidente para a construção do muro.

Sob a emergência nacional, Trump pode desviar os fundos de outras verbas orçamentárias já autorizadas pelo Congresso e dedicá-los à promessa que fez durante a campanha eleitoral. EFE