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Fotógrafo egípcio condenado pelo massacre em 2013 deixa a prisão

04/03/2019 06h12

Cairo, 4 mar (EFE).- O fotojornalista egípcio Mahmoud Abu Zeid, conhecido como "Shawkan", foi colocado em liberdade nesta segunda-feira após ter cumprido a condenação de cinco anos imposta pelo massacre da Praça de Rabaa al Adauiya, em agosto de 2013, e que desde então estava em prisão preventiva.

Taher Abu al Naser, advogado do fotojornalista, confirmou à Agência Efe que sua libertação que aconteceu por volta das 6h (horário local, 1h de Brasília), quando deixou uma delegacia no Cairo.

Premiado pela Unesco e símbolo da defesa da liberdade de expressão em seu país, Shawkan foi detido enquanto cobria os protestos e o despejo na praça de Rabaa. Ele foi acusado de assassinato, posse de armas e filiação aos Irmãos Muçulmanos, um partido declarado terrorista em 2013.

Embora Shawkan estivesse apenas cobrindo o despejo violento realizado pelas forças de segurança egípcias, no qual entre 600 e 800 manifestantes morreram, foi acusado junto com líderes islâmicos e participantes no acampamento de protesto contra a derrocada militar do presidente Mohammed Mursi, em julho de 2013.

A sentença de Shawkan já havia sido cumprida, mas sua libertação tenha sido adiada, já que ficou preso por mais seis meses pelo não pagamento da multa por "destruir propriedade pública e privada" imposta por um tribunal egípcio.

Apesar de já estar livre, o advogado esclareceu que seu cliente deve ficar outros cinco anos "de vigilância", o que significa que durante esse período de tempo deve comparecer à delegacia onde permanecerá das 18h até às 6h, embora esses horários podem ser modificados pelo Ministério do Interior, afirmou. EFE