Oposição exige que Bouteflika seja impedido de disputar eleições na Argélia
Argel, 4 mar (EFE).- Os principais partidos da oposição na Argélia pediram nesta segunda-feira a aplicação do artigo 102 da Constituição para declarar o presidente do país, Abdulaziz Bouteflika, inelegível para o pleito marcado para ocorrer em abril.
Em comunicado conjunto, os líderes opositores rechaçaram a carta atribuída ontem ao presidente, que está hospitalizado na Suíça. No texto, Bouteflika promete iniciar um processo para escolher seu sucessor, mas o documento foi visto com ceticismo pelos críticos, que acreditam que o movimento afetaria a estabilidade do país.
"Exigimos a aplicação do artigo 102 da Constituição, que declara a vacância da presidência devido ao estado de saúde do presidente e o adiamento das eleições. Rejeitamos um quinto mandato, que poderia provocar outros dramas e perigos", destacaram os opositores.
Quanto à carta, os opositores acreditam ser uma tática dos aliados de Bouteflika para tentar ganhar tempo. O presidente, de 82 anos, foi internado em um hospital suíço ontem, mas não há informações sobre seu real estado de saúde.
"É uma manobra para derrotar o movimento popular e seus objetivos, seus sacrifícios e uma tentativa de prolongar a vida desse sistema", afirmaram os opositores, que pediram aos aliados para manterem as manifestações contra o presidente.
Os protestos contra Bouteflika começaram no dia 22 de fevereiro e, desde então, foram crescendo de forma exponencial. Na última sexta-feira, a capital da Argélia foi palco da maior manifestação política contra o governo da última década.
Apesar disso, no domingo, o ministro de Transportes, Abdelghani Zaalane, chefe da campanha de Bouteflika, inscreveu o presidente como candidato nas eleições de abril. Agora, o Tribunal Constitucional tem dez dias para avaliá-la.
No poder desde 27 de abril de 1999, Bouteflika sofreu um derrame cerebral em 2013. O problema médico o impediu de fazer campanha nas eleições do ano seguinte, mas, mesmo assim, ele saiu vitorioso.
Desde então, Bouteflika usa uma cadeira de rodas, normalmente empurrada por seu irmão, Said. As aparições públicas são pouco comuns, às vezes exibidas pela emissora estatal da Argélia.
Bouteflika não viaja para o exterior há cinco anos. Nos dois últimos, o presidente cancelou, de última hora, reuniões confirmadas com importantes lideranças mundiais, como a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, e o príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohammad bin Salman. EFE
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