Putin assina decreto que suspende tratado de desarmamento INF com os EUA
Moscou, 4 mar (EFE).- O presidente da Rússia, Vladimir Putin, assinou nesta segunda-feira o decreto que suspende a aplicação do tratado INF sobre a eliminação de mísseis de médio e curto alcances assinado em 1987 com os Estados Unidos, informou hoje o Kremlin.
O presidente justificou a assinatura do decreto com base na "necessidade de tomar medidas imediatas em relação à violação por parte dos EUA de suas obrigações sob o tratado (assinado) entre a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) e os Estados Unidos da América".
Putin indicou que suspende o que foi o primeiro tratado de desarmamento nuclear da Guerra Fria "até que os EUA deixem de violar as obrigações do INF ou, no caso, até seu fim" definitivo.
Putin anunciou em 2 de fevereiro a suspensão do tratado - que proíbe mísseis com carga nuclear ou convencional com raio de ação de entre 500 e 5,5 mil quilômetros - em resposta à medida idêntica tomada um dia antes pelos EUA.
Os dois países se acusaram mutuamente do descumprimento do INF e, após contatos infrutíferos entre representantes dos EUA e da Rússia em Genebra (Suíça) e em Pequim (China), Washington anunciou finalmente em 1º de fevereiro que deixará o tratado em um prazo de seis meses.
Anteriormente, o secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, tinha dado em dezembro um prazo de 60 dias à Rússia para que voltasse a cumprir o tratado.
Os EUA e a Otan exigiram que a Rússia destruísse o míssil de cruzeiro Novator 9M729 (SSC-8, segundo a classificação da Otan), por considerar que ele supera os 500 quilômetros de alcance.
A Rússia, por sua vez, considerou "inadmissível" o pedido e argumentou que o Novator tem um alcance de apenas 480 quilômetros, por isso não viola o tratado.
Moscou também acusou os EUA de terem começado a preparar o terreno para deixar o INF há quase dois anos, quando começaram os trabalhos para a fabricação de mísseis de curto e médio alcances em uma das suas fábricas militares no estado do Arizona.
Os EUA não só consideram que Moscou viola o tratado, mas que o INF ficou obsoleto em geral, pois outros países como a China, o Irã e a Coreia do Norte fabricam armas nucleares de categoria média e não fazem parte do tratado. EFE
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