Topo

CPI sobre doleiro brasileiro quer convocar ex-presidente paraguaio a depor

05/03/2019 15h28

Assunção, 5 mar (EFE).- A comissão parlamentar do Congresso do Paraguai que investiga as atividades do doleiro brasileiro Dario Messer no país pretende voltar a convocar o ex-presidente Horacio Cartes (2013-2018) a depor sobre sua relação com o caso.

O senador Jorge Querey, do partido Frente Guasu e integrante da comissão, afirmou nesta terça-feira que, quando o grupo retomar os trabalhos da CPI, irá propor mais uma vez a convocação de Cartes a depor por considerar seu depoimento essencial para esclarecer o caso. O ex-presidente se recusou a comparecer quando foi chamado a depor pelos parlamentares pela primeira vez.

Querey disse a jornalistas que as declarações de Cartes, amigo pessoal de Messer, procurado no Brasil por lavagem de dinheiro, pode fornecer importantes informações para os integrantes da CPI.

O nome de Cartes surgiu na investigação em depoimento de uma ex-funcionária da Secretaria de Prevenção de Lavagem de Dinheiro e Bens (Seprelad) no ano passado. Ela citou um relatório do órgão que falava sobre "vínculos comerciais" entre Messer e ex-presidente.

O documento, datado de 2017, só foi apresentado ao Ministério Público em 2018.

Cartes foi convocado pela CPI a depor em dezembro, mas se recusou a ser ouvido pelos parlamentares. Como alternativa, ofereceu enviar uma declaração por escrito, opção negada pelo Congresso.

O senador da Frente Guasu pretende viajar ao Brasil para se reunir com as autoridades do país que investigam os casos sobre lavagem de dinheiro e obter informações sobre Messer.

Antes da atual pausa dos trabalhos da CPI, os parlamentares apresentaram um relatório preliminar no qual concluíam que houve apoio político para que o doleiro brasileiro atuasse no país.

O Ministério Público do Paraguai afirma que Messer, o filho do doleiro e um primo de Cartes realizaram movimentaram US$ 40 milhões de forma ilegal no Paraguai através de três empresas.

Messer está foragido e é procurado pelo Brasil por operações bilionárias de lavagem de dinheiro. Segundo as investigações, ele teria movimentado US$ 1,6 bilhão em 52 países. EFE