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Trump insinua que não vai cooperar com investigações de democratas na Câmara

15.fev.2019 - O presidente dos Estados Unidos Donald Trump em discurso - Carlos Barria/Reuters
15.fev.2019 - O presidente dos Estados Unidos Donald Trump em discurso Imagem: Carlos Barria/Reuters

05/03/2019 19h38

Washington, 5 mar (EFE).- O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, insinuou nesta terça-feira que não vai cooperar com uma investigação aberta por democratas sobre crimes de corrupção cometidos por pessoas de seu entorno e denunciou que a ação visa atrapalhar suas chances de ser reeleito em 2020.

"É uma vergonha para nosso país. Não me estranha que esteja ocorrendo. Basicamente, (os democratas) já começaram a campanha eleitoral", disse Trump em um evento na Casa Branca.

Ontem, o Comitê de Justiça da Câmara dos Representantes, controlado pelos democratas, enviou diferentes cartas para empresas, familiares e assessores próximos ao presidente pedindo que entreguem documentos relacionados aos dois primeiros anos de governo.

O objetivo do pedido é coletar mais informações para uma investigação sobre corrupção e obstrução à Justiça contra Trump.

Entre os destinatários das mensagens estão dois dos filhos do presidente, Donald Trump Jr. e Eric Trump, além do genro e assessor de Trump, Jared Kushner. A própria Casa Branca foi solicitada a enviar documentos aos congressistas democratas.

Trump, que ontem chegou a afirmar que cooperaria com a investigação, não conseguiu esconder a irritação com o movimento dos democratas, sugerindo que pode se opor à entrega dos documentos.

"Pelo que me disseram, pediram ao presidente (Barack) Obama algo similar e ele não lhes deu nada. Não fizeram nada", afirmou.

Segundo a emissora "CNN", a Casa Branca está avaliando como limitar o número de documentos que serão entregues ao Congresso. A ideia é enviar o menor número de informações possível, utilizando o direito à confidencialidade do presidente como justificativa.

Em uma série de mensagens postadas no Twitter, Trump afirmou que os democratas ficaram "completamente loucos" e classificou o pedido do Comitê de Justiça como um "assédio presidencial".

"É o maior abuso de poder na historia do nosso país. Os democratas estão obstruindo a Justiça e se negam a conseguir as coisas", criticou o presidente americano.

Ontem, o advogado da Casa Branca, Pat Cipollone, disse que, por enquanto, o governo não entregará qualquer documento ao Congresso porque o pedido dos democratas teria sido feito "sem apoio legal e de forma totalmente prematura". EFE