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Caso da diretora financeira da Huawei no Canadá será retomado em maio

06/03/2019 16h51

Toronto, 6 mar (EFE).- Um tribunal do Canadá decidiu nesta quarta-feira convocar para o próximo dia 8 de maio a diretora financeira da Huawei, Meng Wanzhou, para iniciar formalmente a audiência do seu processo de extradição aos Estados Unidos.

A decisão da juíza Heather Holmes do Tribunal Supremo da província canadense da Colúmbia Britânica levou menos de 15 minutos após o acordo da promotoria e da defesa de Meng para marcar a próxima audiência do caso para 8 de maio.

Meng, que está em liberdade sob fiança desde 12 de dezembro de 2018, esteve presente na audiência de hoje acompanhada dos seus advogados.

As condições de sua libertação estipulam que a executiva chinesa, filha do fundador da Huawei, não pode deixar sua mansão em Vancouver, no Canadá, exceto sob determinadas condições.

Durante a audiência desta quarta-feira, o advogado de Meng, Robert Peck, afirmou que o caso é incomum pelas implicações políticas e inclusive fez menção aos "comentários" realizados pelo presidente americano, Donald Trump.

Em dezembro de 2018, Trump sugeriu que usaria a detenção de Meng no Canadá e seu pedido de extradição como ferramenta nas negociações comerciais que Washington mantém com a China.

Peck também indicou que apresentará moções nos tribunais alegando que a Polícia Montada e a Agência de Serviços Fronteiriços do Canadá "abusaram" do processo.

No último dia 1º de março, os advogados de Meng apresentaram um processo contra as autoridades canadenses pela sua detenção em 1º de dezembro de 2018 quando fez escala em Vancouver a caminho do México.

As autoridades canadenses detiveram Meng, a pedido dos Estados Unidos, que solicitaram sua extradição, acusada de violar as sanções comerciais impostas por Washington contra o Irã.

Os advogados da executiva chinesa apontavam no processo que Meng sofreu "angústia mental, ansiedade e perda de liberdade" ao ser retida no aeroporto de Vancouver durante três horas sem nenhuma explicação nem acesso aos seus advogados.

O processo indica que Meng foi retida de forma proposital com a desculpa de uma comprovação rotineira "com o propósito expresso de obter informação que a Polícia Montada e o Departamento de Justiça dos EUA não acreditavam que seria obtida se a litigante fosse detida de forma imediata".

A polícia canadense apreendeu dois telefones celulares, um tablet e um computador de Meng; e solicitou as senhas com as quais acessaram seu conteúdo. EFE