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Chanceler do Paraguai diz que Abdo Benítez terá "agenda rica" com Bolsonaro

06/03/2019 15h21

Assunção, 6 mar (EFE).- O presidente do Paraguai, Mario Abdo Benítez, viajará na terça-feira a Brasília para se reunir com o presidente Jair Bolsonaro, com quem discutirá uma "agenda rica".

As informações sobre a pauta do encontro foram divulgadas nesta quarta-feira pelo chanceler do Paraguai, Luis Alberto Castiglioni.

A previsão é que Bolsonaro e Abdo Benítez comecem as negociações sobre o Tratado de Itaipu, além de temas relativos à segurança na fronteira, construção de infraestruturas e questões econômicas.

Apesar o acordo sobre Itaipu já ter sido discutido pelos dois no último dia 26, em encontro na própria usina, Castiglioni ressaltou que agora os dois terão o "tempo necessário" para conversar.

O ministro de Relações Exteriores do Paraguai anunciou que o Brasil deve decidir até o fim deste mês sobre o pedido de revogação do status de refugiados de Juan Arrom e Anuncio Martí, ex-integrantes do Partido Pátria Livre (PPL), acusados de terem sequestrado a esposa de um empresário paraguaio em 2001.

"Esperamos com muita ansiedade e com otimismo a decisão do governo brasileiro. Pudemos conhecer a visão e o pensamento que o presidente Bolsonaro tem sobre os refúgios concedidos pelo Brasil a pessoas acusadas de crimes comuns, como Arrom e Martí", afirmou.

Os dois paraguaios foram acusados pela Justiça do Paraguai por envolvimento no sequestro de María Edith Bordón Debernardi, nora do ex-ministro de Fazenda Enzo Debernardi. Ela foi libertada após o pagamento de US$ 1 milhão.

Antes do julgamento, Arrom e Martí desapareceram e foram encontrados com sinais de tortura. O caso provocou a renúncia de dois ministros e de três chefes da Polícia Nacional do Paraguai.

Posteriormente, eles fugiram para o Brasil, ganhando status de refugiados políticos em 2003.

O Paraguai está sendo julgado pela Corte Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) pela suposta responsabilidade do governo nas torturas denunciadas pelos dois ex-dirigentes do PPL. EFE