AI denuncia dezenas de detenções no Egito nos últimos dias
Cairo, 7 mar (EFE).- A Anistia Internacional (AI) denunciou nesta quinta-feira dezenas de detenções no Egito nos últimos dias, incluída a de uma mulher transexual que corre o risco de sofrer abusos da polícia, dentro das chamadas a protestar contra o presidente do país, Abdul Fatah al Sisi.
Segundo um comunicado da organização de defesa dos direitos humanos, 32 detidos estão presos preventivamente por "acusações infundadas relacionadas com a expressão pacífica de suas opiniões".
Entre estas detenções, que começaram há uma semana, está a de Malak al Khasef, uma jovem transexual, cuja orientação sexual faz com que esteja especialmente exposta a possíveis torturas e abusos pelas mãos das forças de segurança.
Al Khasef foi detida em sua casa do oeste do Cairo na madrugada de ontem e até o momento não pôde ser localizada pelos seus advogados em nenhuma delegacia, segundo a AI.
"Existem temores por sua segurança física e o seu bem-estar psicológico. As autoridades egípcias têm um histórico horrível de perseguição de pessoas com base em sua orientação sexual e identidade de gênero", destacou Magdalena Mughrabi, vice-diretora da AI para o Oriente Médio e o Norte da África.
Mughrabi acrescentou que, devido à identidade sexual da detida, há "mais risco de sofrer torturas pelas mãos da polícia, incluída violência sexual, e ataques por parte de outros detidos".
A organização considerou que a detenção de Al Khasef se deve à sua chamada para protestar pela morte de 22 pessoas em um acidente que aconteceu recentemente na principal estação de trem do Cairo, onde uma locomotiva desenfreada explodiu, provocando um grande incêndio.
Nas redes sociais, muitos egípcios denunciaram o ocorrido e responsabilizaram o Governo pelo acidente por conta da falta de investimento e manutenção da infraestrutura pública.
Um dia depois do fato, um jovem foi detido na praça Tahrir do Cairo, epicentro da revolução egípcia de 2011, após levantar um pequeno cartaz que dizia: "Vá embora, Al Sisi".
A ONG Centro Egípcio de Direitos Econômicos e Sociais informou nesta semana de dezenas de detidos e desaparecidos desde o dia do incidente, tanto no Cairo como na cidade de Alexandria e em outra cidade do norte do Egito. EFE
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