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Fonte do WikiLeaks, Chelsea Manning diz que pode voltar à prisão nos EUA

07/03/2019 18h35

Washington, 7 mar (EFE).- A ex-militar Chelsea Manning, a primeira grande fonte do WikiLeaks, afirmou nesta quinta-feira que pode ser presa mais uma vez dependendo do desenrolar de uma audiência por desacato que será realizada amanhã após ela ter se negado a responder perguntas sobre a divulgação de segredos militares feita por ela em 2010.

Em comunicado, Manning explicou que irá amanhã ao tribunal federal de Arlington, no estado da Virgínia, para explicar ao juiz Claude Hilton porque se negou a responder perguntas sobre a publicação de segredos militares ao WikiLeaks há nove anos.

Na nota, a ex-militar revela que compareceu a uma audiência com um "grande júri secreto" após receber "imunidade" pelo depoimento que faria. No entanto, se negou a responder perguntas sobre a divulgação das informações sigilosas em 2010 por já ter dado detalhes sobre o caso em uma corte marcial em 2013.

"Em solidariedade com muitos ativistas que enfrentam as mesmas dificuldades, manterei meus princípios. Estou preparada para enfrentar as consequências da minha recusa", disse Manning.

Veículos da imprensa americana informaram no fim de semana que Manning tinha sido convocada a depor no caso que investiga o fundador do WikiLeaks, Julian Assange.

A defesa de Assange informou que apresentou uma "solicitação urgente" à Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) para que o órgão determinasse que o governo americano revelasse as acusações apresentadas em sigilo contra seu cliente.

Manning foi condenada em 2013, quando ainda era conhecida como Bradley Manning, a 35 anos de prisão por ter sido responsável pelo maior vazamento de documentos confidenciais da história dos EUA.

A ex-militar foi libertada em 17 de maio de 2017 após um perdão presidencial concedido pelo ex-presidente Barack Obama, três dias antes de ele deixar o poder.

Enquanto trabalhava como analista de inteligência militar, Manning vazou mais de 700 mil documentos classificados ao WikiLeaks sobre as guerras do Iraque e do Afeganistão, além de mensagens do Departamento de Estado. EFE