Governo turco e ONGS diferem em número de feminicídios na Turquia
Ancara, 7 mar (EFE).- Um total de 281 mulheres foram assassinadas na Turquia em 2018 por violência machista, informou nesta quinta-feira o Ministério do Interior, enquanto organizações feministas dizem que o número de feminicídios é muito maior.
"Após aplicar a lei 6284 de proteção da família, o número de assassinatos de mulheres caiu de 350 em 2017 a 281 em 2018", explicou o Ministério em um relatório.
O Ministério do Interior afirmou que 73% dos assassinatos ocorreram dentro do domicílio das vítimas e 15% em espaços públicos.
A maioria dos supostos autores não tinham antecedentes penais.
No total, 82% deles foram detidos após o assassinato, enquanto 16% se suicidaram e 1,4% fugiram, segundo os dados oficiais.
Organizações feministas turcas que investigam os assassinatos através das publicações na imprensa nacional e mediante contatos com as Câmaras Municipais do país consideram que os números reais de feminicídios são muitos maiores.
A reconhecida organização "Pararemos os assassinatos de mulheres" refletiu em um recente relatório que os feminicídios aumentam ano após ano, com 440 mulheres assassinadas em 2018 e 409 em 2017.
"A diferença entre os números acontece porque o Governo não dá importância ao motivo de violência machista nos crimes", explicou hoje Halime Güner, fundadora da ONG feminista "Vassoura voadora", que colabora com "Paremos os assassinatos de mulheres".
"Nossos dados vêm de primeira mão, das próprias mulheres afetadas, da imprensa e dos tribunais", disse a ativista em declarações à Agência Efe em Ancara.
Segundo o Ministério de Interior, a diferença de números acontece devido aos critérios utilizados para considerar uma morte como feminicídio.
Muitas feministas turcas criticam o Governo conservador islamita por não incluir entre os crimes machistas os suicídios forçados pela família, assassinatos de colegas de trabalho com motivações sexuais e outros casos similares. EFE
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