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Imigrantes começam greve de fome contra "detenção" em Malta

07/03/2019 13h15

Roma, 7 mar (EFE).- Alguns dos 49 imigrantes salvos por duas ONG no Mar Mediterrâneo em dezembro do ano passado e que desembarcaram em Malta depois de 20 dias à espera em alto-mar começaram uma greve de fome em protesto pela "detenção" na ilha.

Em comunicado, a missão humanitária "Mediterranea Saving Humans" disse nesta quinta-feira que estas pessoas sofrem uma situação de "detenção arbitrária" em Malta, onde desembarcaram em 9 de janeiro depois que oito países da União Europeia (UE) acertarem uma distribuição. Porém, a maioria dos imigrantes permanece há dois meses em um abrigo para solicitantes de asilo na cidade de Marsa (sul), sem saber que será o seu futuro.

A missão, composta por associações italianas, afirmou que muitos destes imigrantes começaram no último dia 5 uma greve de fome "para protestar contra o regime de detenção ao que foram ilegalmente submetidos e para exigir que sejam esclarecidos os processos de realocação que os Estados-membro estão promovendo para a sua realocação que, segundo eles, é "totalmente arbitrária".

Os imigrantes foram resgatados pelos navios das ONG alemãs Sea Watch e Sea Eye e passaram 19 dias em alto-mar à espera de um porto para atracar, já que nenhum país, como Malta e Itália, queria permitir o desembarque. Em 9 de janeiro, Malta permitiu que os navios atracassem depois de chegar a um acordo com outros oito países da comunidade europeia sobre a posterior recepção destas pessoas.

A missão explicou delegações da Alemanha e da França foram para Marsa e que alguns imigrantes não tiveram a possibilidade de viajar para esses países por motivos "escusos" e sem que a recusa fosse informada por escrito. Outros imigrantes, por sua vez, não tiveram "notícia alguma" sobre a mudança e nem passaram pela primeira fase do processo de asilo.

"Desconhecemos qual será o destino destas pessoas e quanto tempo vai durar a detenção", lamentou a missão humanitária "Mediterranea Saving Humans", que destacou que essas pessoas devem poder "acessar os seus direitos" para que consigam começar uma nova vida. EFE