Mulheres sudanesas reivindicam seu papel nos protestos antigovernamentais
Cartum, 7 mar (EFE).- As mulheres protagonizaram nesta quinta-feira novos protestos na capital do Sudão, Cartum, convocados por ocasião do Dia Internacional da Mulher para reivindicar a luta das sudanesas, que sofrem especialmente com a repressão do governo do presidente do país, Omar al Bashir.
Centenas de pessoas, entre homens e mulheres, se manifestaram no bairro de Burri, no leste de Cartum, no marco das mobilizações que se sucedem desde o último dia 19 de dezembro nas ruas da capital e em outras cidades do país.
Suad Abdelrahmán, uma das participantes, disse à Agência Efe que as mulheres participam das manifestações "de forma mais efetiva que os homens desde o início dos protestos".
Isto se explica, segundo a manifestante, porque "o governo não respeita os direitos das mulheres" e emprega a "lei da moral pública" para perseguir as sudanesas pela sua forma de se vestir ou se comportar.
Por sua parte, Eman al Samani, integrante da ONG Centro Sudanês para a Proteção da Mulher e das Crianças, afirmou à Efe que mais de 50 mulheres foram detidas desde dezembro do ano passado por sua participação nos protestos antigovernamentais.
Al Samani acusou o governo de Al Bashir de violar os direitos das sudanesas e, ao mesmo tempo, encorajou as cidadãs a participar das manifestações.
Por sua parte, Hayya Fadel, da Associação de Profissionais Sudaneses, agrupamento de sindicatos opositores que liderou os protestos desde o início, declarou à Efe que "as manifestações continuarão, mas com novas modalidades, e não pararão até a queda do regime" de Al Bashir.
O presidente, que está no poder há quase 30 anos, decretou o estado de emergência para conter as mobilizações, mas centenas de pessoas seguiram saindo às ruas desafiando as medidas excepcionais.
Além disso, Al Bashir se viu forçado a trocar vários ministros e a renunciar à presidência do governante Partido do Congresso Nacional, o que não satisfez os manifestantes e as principais forças opositoras, que exigem sua saída e a formação de um governo de transição. EFE
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