Aliança opositora reconsiderará participação em negociações na Nicarágua
Manágua, 8 mar (EFE).- A opositora Aliança Cívica pela Justiça e a Democracia da Nicarágua informou nesta sexta-feira que reconsiderará sua participação na mesa de negociação com o governo de Daniel Ortega, com a qual buscam superar uma crise que explodiu em abril do ano passado e que deixou centenas de mortos e detidos.
Os negociadores da aliança opositora anunciaram em entrevista coletiva que refletirão sobre sua participação durante o final de semana, diante da decisão da Conferência Episcopal da Nicarágua de recusar um convite para participar como testemunha e acompanhante desse processo.
O negociador da Aliança Cívica, Juan Sebastián Chamorro, disse que buscarão uma aproximação com o Episcopado a fim de que reconsiderem sua posição, porque sua presença nas negociações assegura a legitimidade e a credibilidade necessárias nesse fórum.
Além disso, realizarão reuniões com diversos setores da oposição para analisar o motivo dos impasses no qual caíram as conversas e consultas sobre os passos a seguir.
Chamorro, que é diretor-executivo da Fundação Nicaraguense para o Desenvolvimento Econômico e Social (Funides), revelou que encontraram "resistência na outra parte" em vários pontos, não só no relativo a testemunhas e acompanhantes, mas também sobre fiadores internacionais e na libertação dos "presos políticos".
"Fazemos um chamado à outra parte (governo) para que mostre sinal de boa vontade", pediu.
Já o jurista José Pallais, também da aliança opositora, sugeriu ao governo que faça "uma reflexão profunda", assim como ofereça "gestos positivos e compromissos reais sobre a sua vontade de entrar na solução desta crise pelo caminho correto".
Pallais afirmou que durante as oito sessões da mesa de negociação pediram ao governo a libertação dos detidos por protestar contra o presidente Ortega no marco da crise, sem sucesso.
Por sua vez, a delegação do governo, liderada pelo chanceler Denis Moncada, não se pronunciou sobre a decisão do Episcopado nem sobre essas reivindicações.
Em uma sessão extraordinária, os bispos que integram o Episcopado nicaraguense, depois de orar e refletir, decidiram não aceitar o convite feito pelo governo e pela aliança cívica.
O Episcopado nicaraguense exerceu um papel transcendental como mediador e testemunha no diálogo nacional entre o governo e a aliança cívica iniciada em maio do ano passado, que foi abandonado de forma unilateral pelo presidente Ortega dois meses depois.
Até agora a única testemunha e acompanhante é o núncio apostólico na Nicarágua, Waldemar Stanislao Sommertag.
A Nicarágua sofre uma grave crise que deixou 325 mortos desde abril do ano passado, de acordo com a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), embora alguns grupos humanitários locais elevem a 561 o número de vítimas mortais, enquanto o Executivo só reconhece 199 e denuncia uma tentativa de golpe de Estado. EFE
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