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Judeus ultraortodoxos interrompem reza feminista no Muro das Lamentações

08/03/2019 10h39

Jerusalém, 8 mar (EFE).- Milhares de judeus ultraortodoxos interromperam nesta sexta-feira de maneira violenta uma oração feminista no Muro das Lamentações do Mulheres do Muro, um grupo de judias religiosas que luta pela igualdade entre homens e mulheres na oração em frente deste lugar, no território ocupado de Jerusalém Oriental.

A oração de hoje, que coincidiu com o Dia Internacional da Mulher, era para comemorar o 30º aniversário do grupo, formado por mulheres judias reformistas, conservadoras e ortodoxas, que reivindicam há três décadas que se permita a oração no muro sem divisão por sexos.

Milhares de adolescentes ultraortodoxas foram ao espaço sagrado para interromper o serviço religioso da associação feminista, informou o jornal local "Haaretz", que detalha, seguiam instruções de seus rabinos e procediam de institutos religiosos de ensino médio de todo Israel.

A Polícia israelense interveio, com vários homens ultraortodoxos que tentaram romper a barreira policial, e duas integrantes do Mulheres do Muro ficaram feridas por agressões.

Durante as orações, declarou um porta-voz da Polícia, "atuou-se para separar os grupos em confronto", e segundo o "Times de Israel", um jovem ultraortodoxo foi detido após tentar agredir um agente policial.

O Mulheres do Muro acusou a Polícia de "abandoná-las" enquanto eram intimidadas, insultadas e empurradas por uma multidão.

"Milhares de pessoas ultraortodoxas rodearam o grupo de oração das mulheres, as empurraram e bateram nelas", declarou a organização feminista em comunicado, e "devido à negligência da Polícia, duas mulheres tiveram que receber tratamento médico". EFE