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Mulheres ganharam 20,5% menos do que homens em 2018 no Brasil, diz IBGE

08/03/2019 14h12

São Paulo, 8 mar (EFE).- A média salarial das mulheres no Brasil foi, em 2018, 20,5% menor do que a dos homens que ocupam cargos similares, uma redução em relação a anos anteriores, mas ainda muito alto, de acordo com estudo divulgado nesta sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

No ano passado, o salário médio das mulheres brasileiras com idades entre 25 e 49 anos foi de R$ 2.050, o que equivale a 79,5% dos vencimentos recebidos pelos homens no período, de R$ 2.579.

O estudo também mostrou que, quanto mais especializado o cargo, maior é a desigualdade salarial entre homens e mulheres.

Entre professores universitários, por exemplo, o salário pago a elas equivalia a 82,6% do valor recebido por profissionais do sexo masculino. No caso de médicos especializados e advogados, as mulheres ganharam 70% do montante pago aos homens pela mesma função.

Nos cargos de chefia, o IBGE afirmou que a desigualdade é registrada tanto na participação das mulheres, que ocupam 41,8% dos cargos disponíveis, como na lacuna salarial. Em 2018, elas receberam em média R$ 4.435, o que corresponde a 71,3% do valor médio de R$ 6.216 pago pelas empresas a homens que exercem a mesma função.

Por outro lado, a menor desigualdade registrada foi entre integrantes das Forças Armadas, das polícias militar e civil, e dos bombeiros. Nesses órgãos, os vencimentos médios das mulheres foi 0,7% superior ao dos homens.

Apesar dos dados apresentarem um avanço em relação a 2017, quando os salários recebidos pelas mulheres equivaliam a 78,3% do pago aos homens, a desigualdade aumentou em relação a 2016, quando o índice registrado pelo IBGE foi de 80,8%.

Além disso, o estudo divulgado no Dia Internacional da Mulher mostrou que a desigualdade salarial ocorre em todas as esferas sociais, mas afeta as trabalhadoras de formas diferentes.

Segundo o IBGE, a lacuna salarial entre mulheres e homens negros (80,1%) é menor do que a entre os brancos, categoria na qual elas recebem 76,2% do salário pago a eles.

O IBGE esclareceu, no entanto, que o salário médio da população negra no país - sem distinção de gênero - correspondia em 2018 a 60% do valor recebido pelos trabalhadores brancos.

O relatório indicou que questões culturas e estruturais afetaram a participação das mulheres no mercado de trabalho. Das 93 milhões de pessoas que trabalham no Brasil, 43,8% são mulheres, embora elas representem 51% da população do país.

O instituto destacou que, apesar das mulheres trabalharem 4,5 horas menos do que os homens por semana, o valor média pago por hora trabalhada a elas foi de R$ 13. Já os homens receberam R$ 14,2. EFE nbo/lvl