Trump acusa Partido Democrata de ter se tornado antissemita

Washington, 8 mar (EFE).- O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, acusou nesta sexta-feira o Partido Democrata de ter se tornado uma organização antissemita após a crise aberta pelas declarações da congressista muçulmana Ilhan Omar, consideradas ofensivas aos judeus por vários setores da sociedade americana.

"Os democratas se transformaram em um partido contrário a Israel, se transformaram em um partido contrário aos judeus. E isso está muito errado", disse Trump antes de partir em viagem para o Alabama.

Ontem, a Câmara dos Representantes dos EUA, controlada pelos democratas, aprovou uma resolução contra o antissemitismo, a islamofobia, o racismo e outras formas de intolerância.

Trump disse que a votação foi "vergonhosa", mas não quis explicar sua opinião sobre a decisão dos congressistas.

A medida foi aprovada por 407 votos favoráveis e 23 contrários, todos de republicanos. Um deles, o congressista Louie Gohmert, do Texas, lamentou em discurso no plenário que a linguagem do projeto de lei tinha sido "diluída" em vez de condenar explicitamente declarações como as feitas por Omar.

Uma das duas primeiras muçulmanas a ser eleita para o Congresso americano na história, Omar sugeriu na última semana que há no país pessoas "leais" ao governo de Israel.

"Quero falar sobre a influência política neste país que diz ser correto que as pessoas promovam a lealdade a um país estrangeiro (Israel)", criticou a congressista durante um fórum.

A afirmação desagradou certos setores da sociedade americana, incluindo integrantes judeus do Partido Democrata.

Omar já tinha publicado duas mensagens no Twitter que foram consideradas como antissemitas, uma delas citando a influência econômica dos lobbys israelenses sobre o Congresso.

A presidente da Câmara dos Representantes, a democrata Nancy Pelosi, afirmou ontem, antes da votação, que Omar "não mediu bem o peso de suas palavras" e defendeu a colega das críticas. EFE