Trump diz que ex-advogado pediu indulto presidencial e mentiu no Congresso

Washington, 8 mar (EFE).- O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta sexta-feira que Michael Cohen, seu ex-advogado pessoal, pediu um indulto presidencial antes de ser preso e mentiu em depoimento concedido ao Congresso americano na semana passada.

Em mensagem divulgada no Twitter, Trump afirmou que Cohen pediu "diretamente" um perdão presidencial, solicitação negada por ele.

"O mau advogado e vigarista Michael Cohen disse sob juramento que nunca pediu um indulto. Seus advogados o contradisseram totalmente. Ele mentiu! Além disso, ele me pediu diretamente um indulto. Eu disse não. Mentiu de novo! Ele também tinha muita vontade de trabalhar na Casa Branca. Ele mentiu!", escreveu o presidente.

O suposto pedido de indulto de Cohen foi um dos pontos mais discutidos durante o depoimento do ex-advogado pessoal de Trump no Comitê de Supervisão e Reforma da Câmara dos Representantes. Sob juramento, ele afirmou que nunca fez essa solicitação.

No entanto, o atual advogado do acusado, Lanny J. Davis, reconheceu na semana passada que o ex-defensor de Cohen lhe perguntou sobre um indulto pouco depois do FBI realizar uma operação de busca e apreensão nos advogados do ex-aliado de Trump.

Mas explicou que o pedido surgiu porque a equipe do presidente tinha ventilado a possibilidade em "declarações indiretas".

Cohen respondeu Trump no Twitter e chamou as mensagens do presidente de um "conjunto de mentiras".

"Outro conjunto de mentiras de Trump. Senhor presidente, permita-me recordá-lo que hoje é Dia Internacional da Mulher. É possível que deseje aproveitá-lo para pedir desculpas por suas mentiras e andanças sujas com mulheres como Karen McDougal e Stephanie Clifford", rebateu.

O ex-advogado se referia a duas mulheres que afirmam ter tido relações sexuais com Trump e que foram pagas por Cohen para manter silêncio sobre os casos durante a campanha presidencial de 2016. Stephanie Clifford é o nome real da atriz pornô Stormy Daniels.

Cohen, que será preso em maio para cumprir uma pena de três anos por vários crimes cometidos ao longo da campanha de 2016, prestou depoimento aos congressistas na semana passada.

Entre outras coisas, afirmou que Trump sabia que um de seus colaboradores estava em contato com o WikiLeaks sobre a publicação de milhares de e-mails do Partido Democrata, que afetaram a rival do hoje presidente na disputa pela Casa Branca, Hillary Clinton. EFE