Grito das argentinas pelo aborto legal ressurge com força no 8M
Buenos Aires, 8 mar (EFE).- Era início da tarde de sexta-feira e os transportes públicos de Buenos Aires já estavam lotados de mulheres com as cores roxo e verde pintadas nas suas bochechas. Não era a primeira vez que percorriam esse caminho no último ano, quando ressonou a luta pelo aborto legal.
Dezenas de milhares de feministas de todas as idades caminharam em um ato que parou na Praça de Maio, perto da Casa Rosada, a sede do governo argentino, onde as mulheres pediram pela igualdade e, em um documento, solicitaram que a interrupção voluntária da gravidez se transforme em lei, depois de ter ficado perto de ser aprovada no ano passado.
A concentração começou na Praça do Congresso, onde o aborto foi debatido no ano passado e será debatido novamente se a nova lei que será apresentada em abril for aceita.
Entre a atmosfera festiva dos sorrisos entre companheiras e a atitude reivindicativa, ouviram-se palavras de ordem que ficaram populares em meados do ano passado, quando as mesmas mulheres pediram pelo direito ao aborto frente ao Congresso.
Os números de feminicídios são alarmantes na Argentina. Somente em 2019, 54 mulheres foram vítimas deste tipo de crime, de acordo com o Observatório Agora Sim Eles nos Veem, enquanto que em todo o ano passado, as mulheres assassinadas foram 273.
Nesse contexto, as argentinas reivindicaram aos homens - alguns participaram da manifestação - que assumam seu "compromisso" para acabar com essa situação.
O ato alcançou seu auge antes da leitura do documento, já que, segundo disseram fontes da organização à Agência Efe, a Confederação Geral do Trabalho e dois ramos da Central de Trabalhadores da Argentina, principais centrais sindicais do país, bloquearam o som por desavenças com o documento final.
Em questão de minutos, os participantes começaram a tirar dinheiro de suas bolsas e reuniram 40 mil pesos (US$ 970) para reverter a situação e ter seu grito ouvido mais uma vez. EFE
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