Topo

Primeira greve feminista do Chile leva mais de 190 mil pessoas às ruas

09/03/2019 00h01

Santiago do Chile, 8 mar (EFE).- Mais de 190 mil pessoas participaram de uma manifestação, nesta sexta-feira, pelas ruas de Santiago, na primeira convocação de uma greve geral feminista no Chile, segundo informações da Intendência Metropolitana de Santiago.

A grande manifestação, que lembrou o Dia Internacional da Mulher, também teve réplicas em outras 70 cidades do território chileno.

"O fim da violência política, sexual e econômica contra as mulheres", "trabalho digno", "direito ao aborto livre, legal e seguro" e "educação não-sexista", são algumas das dez reivindicações desta mobilização organizada pela Coordenadora Feminista 8M.

O apoio ao chamado foi visto nas ruas, com grandes concentrações que superaram as expectativas, pois, apesar do apelo da organização "à paralisação efetiva" do trabalho, o dia não teve paradas relevantes da força de trabalho feminina.

Na grande manifestação, acompanhada só por mulheres dos Carabineiros (polícia militarizada), foram exibidos cartazes contra violência sexual, feminicídios e a precarização do trabalho.

Este ato culminou uma semana de vários eventos realizados em todo o país na preparação para a greve feminista.

Mudar o nome das estações do metrô pelo de mulheres, mostrar o corpo nu - pintado com as reivindicações do 8M - e colocar em 70 estátuas um lenço verde, símbolo da legalização do aborto livre, foram algumas das ações feitas nesta semana.

Além disso, o Chile amanheceu hoje com a 10ª vítima de feminicídio neste ano, enquanto em 2018 42 mulheres foram assassinadas pelos seus cônjuges.

O presidente chileno, Sebastián Piñera, esta semana se manifestou contra a convocação da greve.

No entanto, Piñera anunciou hoje, em um ato realizado no Palácio de La Moneda, sede do Executivo, que colocou "máxima urgência ao projeto de tipificação do crime de feminicídio".

Entre as exigências da greve está a de que a lei do feminicídio seja alterada para incluir todas as mortes sexistas. EFE