ANP corta salários públicos após retenção de fundos por parte de Israel
Ramala (Cisjordânia), 10 mar (EFE).- A Autoridade Nacional Palestina (ANP) anunciou neste domingo cortes nos salários dos funcionários, depois que Israel começou a reter parte dos impostos que arrecada em seu nome por serem destinados a presos palestinos.
"Pagaremos apenas 50% aos empregados por este mês de fevereiro e acordamos com os bancos empréstimos até o próximo mês de junho", declarou o ministro interino de Finanças palestino, Shukri Bishara, em entrevista coletiva na cidade de Ramala.
Bishara explicou que os trabalhadores públicos - excluídas as forças de segurança - receberão metade do salário, mas nunca menos do que 2 mil shékeles (US$ 550). Além disso, aqueles que têm este ingresso mínimo o receberão sem descontos, informou a agência de notícias "Wafa".
Além desta medida de austeridade, será suspensa a promoção de funcionários civis e haverá contenção da despesa institucional, como a compra de automóveis.
O porta-voz presidencial palestino, Nabil Abu Rudeineh, presente também na entrevista coletiva, descreveu a atual situação econômica da ANP como "muito perigosa".
A liderança palestina rejeitou em fevereiro o dinheiro que Israel lhe entrega mensalmente de impostos que arrecada em seu nome, em protesto contra a lei israelense pela que reteve US$ 138 milhões, que a "ANP" destina a presos e seus familiares.
As autoridades israelenses consideram que estes pagamentos são uma incitação ao terrorismo já que a legislação palestina obriga a cuidar deles, ao considerá-los prisioneiros políticos, embora muitos deles cumpram sentença por cometer ataques contra israelenses.
O Governo palestino afirmou hoje que contempla "cenários para enfrentar qualquer crise resultante desta retenção" que descreveu como "pirataria estatal", segundo a agência de notícias "Wafa".
Em virtude do Protocolo econômico interino de Paris de 1994, Israel arrecada as tarifas alfandegárias sobre bens importados pelos palestinos ou exportados aos territórios da Cisjordânia e Gaza que passam pelos cruzamentos israelenses, já que a "ANP" não controla as fronteiras exteriores, quantia que depois deve devolver. EFE
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