Topo

Israel não é Estado de todos os cidadãos, mas do povo judeu, diz Netanyahu

7.jan.2019 - Primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu - Reprodução de vídeo
7.jan.2019 - Primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu Imagem: Reprodução de vídeo

10/03/2019 08h29

Jerusalém, 10 mar (EFE).- O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou neste domingo que Israel não é um Estado de todos os cidadãos, mas do povo judeu, diante das críticas contra seu partido por apresentar um rival eleitoral como um perigo por uma possível aliança com partidos árabes.

"Israel não é um Estado de todos seus cidadãos. De acordo com a Lei Básica que aprovamos, Israel é o Estado-nação do povo judeu, e só seu", publicou Netanyahu nas redes sociais em resposta às críticas da reconhecida modelo israelense Rotem Sela.

Sela criticou em sua conta de Instagram a ministra de Cultura, Miri Regev, por alertar em entrevista televisiva sobre uma possível aliança entre a coalizão centrista Azul e Branco, empatada nas pesquisas com o Likud de Netanyahu, e partidos árabes.

"E qual é o problema com os árabes? Por Deus, há também cidadãos árabes neste país", disse a modelo sobre 20% da população - palestinos e descendentes que ficaram dentro das fronteiras de Israel após a criação do Estado em 1948.

O chefe de Governo se dirigiu hoje com uma mensagem à modelo na qual voltou a alertar sobre seu rival Beni Gantz, líder do Resiliência para Israel, que após se aliar com o Yesh Atid, do deputado israelense Yair Lapid, e Telem, do ex-ministro de Defesa Moshe Yaalon, posicionaram a coalizão Azul e Branco como uma alternativa real ao Executivo de Netanyahu.

"Como a senhora escreveu, não há nenhum problema com os cidadãos árabes de Israel: todos têm igualdade de direitos e o Governo do Likud foi o mais comprometido com o setor árabe do que qualquer outro Governo", defendeu o líder israelense.

A Lei do Estado Nação, aprovada no ano passado e qualificada de racista, outorga o direito de autodeterminação só ao povo judeu e retira o status de cooficialidade à língua árabe.

O primeiro-ministro israelense voltou hoje a colocar as eleições de 9 de abril como uma disputa entre a direita e o que ele denomina uma esquerda frágil.

"O Likud só queria esclarecer a questão central nestas eleições: ou um governo de direita forte liderado por mim ou um governo de esquerda de Yair Lapid e Gantz com o apoio dos partidos árabes", defendeu.

Além disso, enfatizou que Lapid e Gantz "não têm outra forma de estabelecer um Governo" que não inclua uma aliança com os partidos árabes, e advertiu que "tal governo solaparia a segurança do Estado e dos cidadãos".

"A decisão, em um mês nas urnas", concluiu Netanyahu.