Topo

Protesto contra desconexão de internet tem 16 detidos em Moscou

10/03/2019 09h12

Moscou, 10 mar (EFE).- Dezesseis pessoas foram detidas neste domingo em Moscou pouco antes do início de um protesto contra a lei de desconexão da internet, que os parlamentares russos examinarão em segunda leitura no dia 13 de março, informaram veículos de imprensa locais.

"Foram detidas oito pessoas, supostamente, por utilizar aparatos voadores, na realidade, balões de ar", denunciaram os organizadores do protesto do Partido Libertário da Rússia, cujas declarações foram recolhidas pela agência "Interfax".

Já o portal especializado OVD-Info cifrou em 16 os detidos, entre eles três menores de idade, e disse que atualmente todos estão em uma delegacia de Moscou.

O site afirma que os ativistas repartiam balões azuis no momento da detenção.

A manifestação contra a desconexão da internet foi convocada pelo Partido Libertário da Rússia, que espera uma assistência de 10 mil pessoas.

O ato foi autorizado pelas autoridades da capital.

O protesto foi apoiado pelo líder da oposição russa, Alexei Navalny, e o criador do serviço de mensagem Telegram, Pavel Durov, cujo aplicativo foi proibido na Rússia.

No mês passado, a Duma do Estado ou Câmara de Deputados da Rússia adotou em primeira leitura um projeto de lei para garantir a estabilidade do funcionamento do segmento russo de internet e sua desconexão da rede mundial em caso de situações de crise ou ataques cibernéticos contra o país.

A iniciativa suscitou fortes reservas nos operadores de internet, já que a instalação dos equipamentos necessários para o análise do tráfego requerem ingentes investimentos, que para as grandes companhias podem representar dezenas de milhões de dólares.

Segundo os autores da iniciativa, caso seja aprovada de forma definitiva, poderá "minimizar o fluxo ao exterior de dados trocados pelos usuários russos".

Além disso, em caso de ameaça, os operadores seriam obrigados a garantir a "gestão centralizada do tráfego", ou seja, o controle pelo Estado.

O líder russo, Vladimir Putin, admitiu anteriormente a possibilidade de seu país se desligar da rede mundial de internet diante de eventuais ameaças externas para sua segurança nacional. EFE