Apagão atrapalha abastecimento de água, e venezuelanos recorrem a rio poluído
Caracas, 11 mar (EFE).- Dezenas de moradores de Caracas precisaram recorrer nesta segunda-feira ao Rio Guaire, um dos mais poluídos da Venezuela, para buscar água devido aos problemas no abastecimento provocados pelo apagão que afeta a capital e várias regiões do país desde a quinta-feira da semana passada.
O Rio Guaire, que corta Caracas de leste a oeste, recebe os resíduos produzidos por quase toda a cidade. O alto nível de poluição da água é conhecido em todo o país.
A Guarda Nacional Bolivariana (GNB) foi até a região quando os venezuelanos começaram a se aglomerar perto do rio e cruzar a avenida Francisco Fajardo, a principal via da capital.
"Estamos há quatro dias sem água, sem luz, sem nada. Precisamos pelo menos de água", disse à Mary Medrano, uma das venezuelanas que levou baldes para o rio poluído no oeste da cidade.
Morador de San Agustín, no oeste de Caracas, Jesús Contreras foi ao rio com duas bacias, mas acabou impedido de pegar água pelos agentes da GNB. Ele criticou os policiais e disse que seus filhos já não têm água para beber em casa devido ao problema no abastecimento.
"Eles devem ter onde pegar água ou têm água todos os dias em casa", desabafou, indo foi embora com os recipientes vazios.
A mesma reclamação foi feita por Alberto Briceño, que disse precisar da água do rio para tomar banho e fazer comida para seus filhos. "A luz vem e volta, aqui nada funciona", afirmou.
O fornecimento de energia foi parcialmente restabelecido em Caracas nesta segunda-feira após o blecaute maciço ocorrido na quinta-feira. Várias regiões da Venezuela, porém, seguem sem luz.
Algumas regiões da capital sofrem cortes intermitentes de luz e outras estão no escuro desde às 17h de quinta-feira (18h em Brasília), quando ocorreu o blecaute.
Por outro lado, em áreas em que o serviço foi restabelecido, como Baruta, na região metropolitana de Caracas, os moradores sofreram com outro problema: a explosão de transformadores.
O governo de Nicolás Maduro atribui a crise a uma sabotagem na principal usina de Guri, a maior hidrelétrica do país, responsável por fornecer energia para 70% da população venezuelana. A oposição nega e coloca a culpa na incompetência do chavismo. EFE
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