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EUA acusam Cuba e Rússia de "intervencionismo" por apoiar Maduro

11/03/2019 20h08

Washington, 11 mar (EFE).- O secretário de Estado americano, Mike Pompeo, acusou nesta segunda-feira os governos de Cuba e da Rússia de "intervencionismo" por apoiar o "ilegítimo" presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, e não o líder opositor Juan Guaidó, reconhecido como governante interino por 54 países.

"As nações que respaldam Maduro, pela natureza do seu regime ilegítimo, estão praticando o mesmo intervencionismo estrangeiro do qual acusam outros", disse o titular de Relações Exteriores dos Estados Unidos em entrevista coletiva.

Durante mais de 15 minutos, Pompeo atacou Rússia e Cuba, dois dos países que respaldam Maduro e consideram que Washington está se intrometendo nos assuntos internos da Venezuela.

"Cuba é o verdadeiro poder imperialista na Venezuela. O governo de Miguel Díaz-Canel está dando cobertura política a Maduro e seus seguidores para que possam seguir no poder", afirmou.

Nesse sentido, Pompeo voltou a assegurar que funcionários cubanos treinaram as forças venezuelanas em técnicas de "tortura" e "espionagem", uma acusação que o Executivo cubano considera "infame" por não estar respaldada por dados e, por isso, pediu a Washington que apresente provas.

O chefe da diplomacia americana chegou a insinuar que Maduro não tem controle sobre sua própria segurança e que essa questão é responsabilidade do Executivo cubano.

"Ouvi que Maduro não tem venezuelanos ao seu redor. Muitos de sua equipe de segurança e de seus assessores mais próximos não estão atuando sob direção do povo venezuelano, e francamente talvez nem sequer sob as direções de Maduro, mas sob as direções do regime cubano", completou.

Os EUA lideram a pressão internacional sobre Maduro com sanções econômicas contra cargos de alto escalão e a estatal Petróleos da Venezuela (PDVSA), principal fonte de divisas do país caribenho.

Além disso, Washington está avaliando a possibilidade de impor sanções secundárias às companhias que negociem com empresas controladas por Maduro, como fez no caso das empresas estrangeiras que compravam petróleo do Irã.

Nesse sentido, Pompeo explicou que Washington está pressionando vários países, entre eles a Índia, para que não negociem com Maduro.

Nesta manhã, Pompeo se reuniu com o secretário de Relações Exteriores indiano, Vijay Gokhale, e pediu que seu governo não se transforme em um "salva-vidas econômico do regime de Maduro".

A maior parte do comércio mundial de petróleo é realizado em dólares, razão pela qual Washington pode vigiar de perto os intercâmbios internacionais.

Do total de exportações venezuelanas de petróleo, 450.000 barris ao dia vão para os EUA, 300.000 à Índia e 240.000 à China. EFE