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EUA dizem não ver "nenhuma base" para suspender operação dos Boeing 737 MAX 8

12/03/2019 21h16

Washington, 12 mar (EFE).- A Administração Federal de Aviação dos Estados Unidos (FAA, em inglês) afirmou nesta terça-feira que sua revisão "não proporciona nenhuma base" para ordenar a suspensão das operações do avião Boeing 737 MAX 8, que já foi tirado de funcionamento pela Europa e empresas de vários países, inclusive a Gol, após o acidente ocorrido na Etiópia que deixou 157 mortos.

"Até agora, nossa revisão não mostra problemas sistêmicos de rendimento e não proporciona nenhuma base para ordenar a colocação em terra do avião", declarou em comunicado a FAA, que está vinculada ao Departamento de Transporte dos EUA.

A FAA, que tem uma equipe conjunta com a Junta Nacional de Segurança no Transporte (NTSB, em inglês) na área do acidente ocorrido no domingo na Etiópia, assegurou que autoridades civis de outros países também não lhes proporcionaram "dados que justifiquem a ação".

"No curso da nossa revisão urgente dos dados do acidente do voo 203 da Ethiopian Airlines, se for identificado algum problema que afete a aeronavegabilidade contínua do avião, a FAA tomará medidas imediatas e apropriadas", acrescentou o comunicado.

Nesta terça-feira, depois que China, Indonésia e outros países vetaram este modelo de Boeing, a Agência Europeia de Segurança Aérea (EASA) anunciou que, como "medida preventiva" e para "assegurar a segurança de todos os passageiros", também proibia a operação de todas as aeronaves 737 MAX 8 - e seu irmão, o MAX 9 - no seu espaço aéreo.

Ontem, a Gol já havia informado em comunicado que deixará de voar com as sete aeronaves tipo 737 MAX 8 que utilizava, principalmente em rotas para os Estados Unidos, o Caribe e outros pontos da América do Sul.

A Boeing insistiu nesta terça-feira na segurança da sua gama de aviões 737 MAX e entrou em contato com a autoridade americana de aviação para argumentar que "não há razões para emitir novas diretrizes aos operadores".

A fabricante sofreu um severo castigo nas últimas duas jornadas da bolsa de Nova York nunca visto em dez anos: na segunda-feira perdeu quase US$ 13 bilhões e hoje, com um retrocesso de 6,15%, viu desaparecer um capital de cerca de US$ 14 bilhões - US$ 27 bilhões em apenas 48 horas.

Por sua vez, uma porta-voz da Casa Branca, Judd Deere, disse à Agência Efe que o presidente Donald Trump falou com o diretor-executivo da Boeing, Dennis Muilenburg, e confirmou que segue monitorando a situação.

Trump fez uma defesa no Twitter de aviões "mais simples" que não requeiram "Albert Einstein" como piloto.

Em outubro do ano passado, outro Boeing 737 MAX 8, da companhia indonésia de baixo custo Lion Air, caiu no mar de Java matando 189 pessoas e, nessa ocasião, a caixa-preta revelou erros no sistema automático da aeronave. EFE