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Governo culpa Guaidó por "explosão" em subestação que distribui luz a Caracas

AFP
Imagem: AFP

12/03/2019 16h38

O governo de Nicolás Maduro culpou nesta terça-feira o líder do parlamento, Juan Guaidó, por uma "explosão" ocorrida na subestação elétrica de Tacoa, situada no estado venezuelano de Vargas e que fornece eletricidade a Caracas e outros estados do país.

A acusação foi feita pelo ministro de Comunicação, Jorge Rodríguez, em uma declaração à imprensa sobre o blecaute ocorrido na quinta-feira após uma "sabotagem" e "ataque cibernético" contra a principal hidrelétrica do país, El Guri, que abastece 70% da nação caribenha, que, além disso, também conta com termoelétricas.

Segundo Rodríguez, uma destas termoelétricas, a de Tacoa, sofreu uma explosão depois que lhe "cortaram o fornecimento de gás".

"O senhor é tão psicopata, senhor Guaidó, que o senhor é deputado pelo estado vargas (...) e, sabendo que deixaria Caracas muito mais vulnerável, sabotou a central Tacoa", disse.

"Por que Tacoa? Porque na grande Caracas, que é a capital, onde vivem mais de cinco milhões de pessoas, o sistema é hidrelétrico e termoelétrico. Se esse blecaute tivesse acontecido por razões fortuitas acidentais (...) facilmente a grande Caracas teria podido alimentar-se de Tacoa", completou.

Além disso, acrescentou que este foi um dos ataques que o serviço elétrico sofreu enquanto tentavam "recuperá-lo" e que por isso demoraram mais para suspender o fornecimento.

A acusação de Rodríguez é feita depois que o Ministério Público anunciou que abriu uma investigação contra Guaidó pela sua suposta responsabilidade na crise elétrica que o país vive desde a quinta-feira passada.

No entanto, Guaidó, reconhecido como presidente interino da Venezuela por cerca de 50 países, atribuiu a crise elétrica ao Executivo de Maduro, a quem considera ilegítimo por ter vencido eleições tachadas de fraudulentas.

Os cortes elétricos são frequentes na Venezuela desde 2009, mas se acentuaram nos últimos anos, quando o país entrou em uma crise econômica que Maduro assegura ser resultado de uma "guerra" contra seu governo.