Rússia rejeita exigência dos EUA para cessar compra de petróleo venezuelano
Moscou, 12 mar (EFE).- O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, rejeitou nesta terça-feira a exigência do secretário de Estado dos Estados Unidos, Mike Pompeo, para que Moscou deixe de adquirir petróleo da Venezuela.
"Não é casualidade que nossos colegas americanos e de outros países já não utilizem o termo 'Direito Internacional'", disse Lavrov em entrevista coletiva.
O ministro russo expressou sua indignação depois que Pompeo acusou ontem a maior petrolífera russa, Rosneft, de violar as sanções americanas e tentou coagi-la a interromper a compra de petróleo da empresa estatal Petróleos de Venezuela (PDVSA).
"Isto se insere dentro do direito internacional? De nenhuma maneira", disse Lavrov, que vinculou a compra de petróleo venezuelano às regras de concorrência promovidas pela Organização Mundial de Comércio (OMC).
O ministro russo acusou um "pequeno grupo de países" liderados pelos EUA de idealizarem uma série de regras em benefício próprio e tentar impô-las ao restante da comunidade internacional.
Além disso, Lavrov denunciou que tais atitudes podem ser "contagiosas" e que o presidente da Assembleia Nacional venezuelana, Juan Guaidó, que se autodeclarou presidente interino da Venezuela, já manifestou que Caracas deve suspender a venda de petróleo para Cuba.
A Rosneft, que tem grandes interesses e vários projetos conjuntos no país latino-americano, rebateu hoje as exigências de Washington com um comunicado no qual assegura que "não se dedica à política e realiza somente atividades comerciais de acordo com o interesse de seus acionistas".
Na nota oficial, a companhia ressalta que os projetos conjuntos de fornecimento e extração de petróleo são regidos por contratos assinados "muito antes" da imposição de "sanções unilaterais" contra a Venezuela pelos EUA.
A empresa também denunciou que, segundo alguns analistas, as ações da Casa Branca contra o setor energético venezuelano podem ter como objetivo "monopolizar" o mercado em benefício de companhias próximas do governo americano.
"A Rosneft estuda as consequências das declarações realizadas por representantes dos EUA e, caso sofra prejuízos, pretende defender seus direitos em consonância com as normas do direito internacional", acrescentou a companhia.
Pompeo acusou Rússia e Cuba de "intervencionismo" por apoiarem o "ilegítimo" presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, e criticou a Rosneft por comprar petróleo da PDVSA, "desafiando as sanções dos EUA", e por contribuir para garantir a sobrevivência do regime.
Recentemente, a vice-presidente da Venezuela, Delcy Rodríguez, anunciou a mudança do escritório da PDVSA de Lisboa para capital russa depois de se reunir com Lavrov em Moscou, com o argumento de que a Europa não garante a defesa dos ativos do país. EFE
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