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Suspeitos do assassinato de Marielle Franco são presos no Rio de Janeiro

12/03/2019 08h08

Rio de Janeiro, 12 mar (EFE).- Um policial militar reformado e outro que tinha sido expulso da corporação foram presos, na manhã desta terça-feira, no Rio de Janeiro, acusados da morte da vereadora Marielle Franco e de seu motorista, Anderson Gomes, há quase um ano.

Segundo as primeiras informações da polícia, um dos detidos, o policial reformado Ronnie Lessa é acusado de ter sido o autor dos disparos contra a vereadora, no dia 14 de março de 2018, na Zona Norte do Rio de Janeiro.

O outro detido, o ex-PM Élcio Vieira de Queiroz, de 46 anos, é acusado pelas autoridades de dirigir o carro de onde os tiros foram disparados.

De acordo com a informação das autoridades, Lessa teria disparado contra a vereadora do banco de atrás de um automóvel que era conduzido por Queiroz.

Marielle Franco, mulher negra, lésbica, procedente de uma comunidade carente e defensora dos direitos das minorias, foi assassinada a tiros dentro do carro onde estava, a caminho de sua residência, após sair de um evento político.

"É incontestável que Marielle Fanco foi sumariamente executada devido à sua atuação política pelas causas que defendia", segundo a denúncia apresentada pela Promotoria para solicitar a detenção dos acusados.

Agentes da Polícia Civil e do Ministério Público do Rio de Janeiro, responsáveis pela operação, também anteciparam batidas nas residências dos acusados, assim como nas de outras 34 pessoas suspeitas de terem participado no crime.

Lessa foi detido em uma casa no mesmo condomínio em que reside, quando não está em Brasília, o presidente Jair Bolsonaro, localizado na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio de Janeiro.

Os investigadores descobriram que o crime foi minuciosamente detalhado durante três meses e que Lessa fez investigações na internet dos lugares frequentados pela vereadora.

Também foi apontado que desde outubro de 2017 o acusado também investigava detalhes da vida do deputado Marcelo Freixo, um dos principais dirigentes do PSOL, assim como do oficial do Exército interventor da segurança do Rio de Janeiro, general Walter Braga Netto.

O Ministério Público, que preventivamente solicitou à Justiça a suspensão do pagamento de pensão a Lessa e de sua licença para portar armas, apresentou igualmente pedidos para que os acusados, caso sejam considerados culpados, sejam obrigados a pagar indenizações aos familiares das vítimas. EFE