EUA citam Irã, Venezuela e China em relatório sobre direitos humanos
Washington, 13 mar (EFE).- Os Estados Unidos apontaram nesta quarta-feira Cuba, Irã, China e Venezuela como países onde foram cometidas graves violações dos Direitos Humanos e destacaram também a crítica situação dessas liberdades na Arábia Saudita e Rússia em um relatório anual do Departamento de Estado sobre o assunto.
O relatório, que faz referência a 2018 e que é usado pelo Congresso na hora de conceder ajuda externa, contém informação sobre cerca de 200 países do mundo e identifica várias tendências globais preocupantes, como o tráfico de pessoas, a corrupção e as violações às liberdades civis.
Em entrevista coletiva, o secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, explicou que a documentação de "abusos" serve para "provocar mudanças" em Governos de todo o mundo e "acabar com suas brutalidades".
"Gostaria de dizer que o relatório deste ano é imaculado, que melhorou a situação, mas não é o caso. Usem como exemplo o Irã. No ano passado, o regime matou mais de 20 pessoas e prendeu milhares sem o devido processo simplesmente porque protestaram pelos seus de direitos", afirmou Pompeo.
No relatório, o Departamento de Estado denuncia "duras táticas" contra os manifestantes durante os protestos no Irã que começaram em dezembro de 2017 e menciona que organizações defensoras dos direitos humanos informaram sobre milhares de detenções e "mortes suspeitas" de detidos.
Além disso, de maneira irônica, Pompeo considerou que a China "tem sua própria liga de direitos humanos" e denunciou que o Governo chinês intensificou sua campanha contra as minorias muçulmanas, incluídos os uigures e cazaques, assim como a internação nos chamados "campos de reeducação".
A respeito, Michael Kozak, responsável de direitos humanos do Departamento de Estado, considerou que esses campos "buscam apagar o DNA" e a "cultura" das minorias muçulmanas na China e afirmou que esse é um dos problemas "mais graves" que o mundo enfrenta atualmente.
Sobre a Nicarágua, Pompeo se referiu aos protestos que explodiram em 18 de abril de 2018 por reformas do seguro social e se transformaram em um clamor que pedia a renúncia do presidente Daniel Ortega.
"Na Nicarágua, quando os cidadãos protestaram pacificamente pelos seus benefícios de seguridade social, deram de cara com disparos de franco-atiradores. Os críticos ao Governa enfrentaram uma política de exílio, prisão e morte", disse o titular de Relações Exteriores.
No relatório, os EUA garantiram que o Governo da Venezuela aumentou a repressão após o fracassado ataque com drones contra o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, e citou como exemplo a detenção do deputado Juan Requesens, acusado de ser cúmplice desse ataque.
Além disso, Washington responsabilizou o Executivo cubano da "maioria dos abusos contra os direitos humanos em Cuba", entre os quais citou torturas, censura e detenções arbitrárias, e denunciou que a "impunidade" por essas violações é generalizada.
O relatório examina o comportamento dos Governos de todo o mundo com relação aos direitos humanos, embora não o dos EUA. EFE
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