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EUA denunciam violações de direitos humanos em guerra na Síria

13/03/2019 14h30

Washington, 13 mar (EFE).- Os Estados Unidos denunciaram nesta quarta-feira que todas as partes envolvidas na guerra da Síria cometeram violações de direitos humanos.

As acusações estão em um relatório sobre a situação dos direitos humanos no mundo em 2018, divulgado pelo Departamento de Estado.

Boa parte do documento é dedicada a registrar os abusos por parte das tropas leais ao presidente da Síria, Bashar al Assad, como o uso reiterado de armas químicas, desaparições forçadas, torturas, violência sexual, prisões arbitrárias, restrições à liberdade de expressão, censura e vários outros.

O Departamento de Estado ressaltou que grupos paramilitares vinculados ao governo da Síria, como a organização xiita libanesa Hezbollah, apoiada pelo o Irã, cometeram abusos, massacres, assassinatos, prisões arbitrárias e estupros como tática de guerra.

O relatório também cita a atuação das Forças Armadas da Rússia, aliadas de Al Assad, que estariam envolvidas na morte de civis em bombardeios, em particular em ataques aéreos contra Ghouta Oriental, que fica nos arredores de Damasco, capital da Síria.

O governo americano ainda afirma que grupos armados da oposição fizeram ataques indiscriminados na batalha pelo controle de Ghouta Oriental, prendendo pessoas de maneira arbitrária e torturando civis em Duma, maior cidade da região.

Além disso, o Departamento de Estado destacou que há informações que organizações opositoras apoiadas pelo governo da Turquia saquearam e se apropriaram de casas que pertenciam aos curdos em Afrín, no norte do território da Síria.

As milícias curdas apoiadas pela Casa Branca no combate ao Estado Islâmico também foram incluídas no relatório por violações aos direitos humanos. Segundo o relatório, as Unidades de Proteção do Povo Curdo (YPG), que o governo americano chama de Forças da Síria Democrática (FSD), recrutaram menores de idade para a guerra.

Um trecho trata dos grupos terroristas, como a Organização para a Libertação do Levante, vinculada à Al Qaeda, que realizaram abusos como massacres, assassinatos, bombardeios, sequestros, prisões arbitrárias, torturas e promoveram o deslocamento forçado de pessoas com base em critérios sectários.

Apesar de o Estado Islâmico (EI) ter perdido força devido às diferentes ofensivas sobre os territórios antes controlados pelo grupo no país, os jihadistas ainda mantiveram a capacidade de atacar minorias religiosas, submeter mulheres e adolescentes a estupros, casamentos forçados, escravidão sexual e realizar assassinatos.

O governo americano reconheceu em um trecho do relatório que as forças estrangeiras que combateram o EI "estiveram envolvidas" na morte de vítimas civis em Afrín e Al Raqqa. No entanto, o relatório não apresenta detalhes sobre esses casos. EFE