ONU se oferece para ampliar ajuda em resposta a apagão na Venezuela
Nações Unidas, 13 mar (EFE).- A ONU disse nesta quarta-feira que ofereceu à Venezuela ampliar sua ajuda para responder à situação "de emergência" causada pelo blecaute que afetou o país.
Segundo o porta-voz Stéphane Dujarric, a equipe das Nações Unidas presente em território venezuelano está em contato com funcionários venezuelanos para abordar a questão.
Dujarric garantiu que o secretário-geral, António Guterres, está "muito preocupado com o impacto humanitário do blecaute" e está acompanhando de perto a situação.
"Também estamos preocupados com as informações de saques e violência que vimos", acrescentou o porta-voz em sua entrevista coletiva diária.
A China também se mostrou disposta hoje a dar "ajuda e assistência técnica" ao governo da Venezuela, país que sofre o pior blecaute de sua história desde a última quinta-feira.
O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, garantiu ontem que pediria ajuda à ONU e a aos países aliados para investigar um suposto "ciberataque" que, segundo ele, teria causado o blecaute.
A Venezuela sofreu há cinco dias um enorme apagão que deixou às escuras todo o território. Na época, o governo venezuelano acusou os Estados Unidos e a oposição local.
A falha ocorreu na usina hidrelétrica de Guri, a principal do país e responsável por abastecer de energia cerca de 70% da Venezuela.
Maduro disse na segunda-feira que essa instalação sofreu um ataque cibernético, enquanto as linhas de transmissão foram alvo de sabotagens eletromagnéticas e físicas mediante o uso de tecnologias que "só os Estados Unidos" possuem.
Além disso, o chefe do parlamento venezuelano, Juan Guaidó, que se autoproclamou presidente interino do país, liderou ontem protestos pela situação e acusou o governo de ser responsável pela crise elétrica devido ao mau uso de recursos milionários e por inaptidão na administração do setor.
A Venezuela registra há alguns anos falhas no sistema de distribuição e geração de energia que pioraram com o passar do tempo e que agora coincidem com a grave crise política que o país atravessa.
A crise se acentuou depois que Guaidó se autoproclamou presidente interino em 23 de janeiro ao invocar artigos da Constituição venezuelana e obteve o apoio de vários países do continente americano, entre eles Estados Unidos e Brasil, e muitas nações europeias.
Diante dessa situação, a ONU reiterou nesta quarta-feira que segue oferecendo os "bons ofícios" de seu secretário-geral para tentar mediar entre governo e oposição e conseguir uma saída política.
Além disso, Dujarric voltou a convocar "todos os atores", tanto dentro como fora do país, para "ajudar a diminuir as tensões". EFE
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