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Promotor de Nova York acusa ex-chefe de campanha de Trump por fraude

13/03/2019 16h30

Nova York, 13 mar (EFE).- A Promotoria de Nova York acusou nesta quarta-feira Paul Manafort, ex-chefe de campanha do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, por fraude fiscal e bancária.

As novas denúncias foram feitas pelo promotor do distrito sul de Nova York, Cyrus Vance, pouco depois da divulgação da segunda condenação de Manafort, que terá que cumprir sete anos de reclusão.

Segundo a acusação, Manafort cometeu uma fraude hipotecária ao longo de um ano. Ele e outras pessoas teriam falsificado registros comerciais para obter milhões de dólares ilegalmente.

Um tribunal do Distrito de Columbia condenou na manhã desta quarta-feira o ex-chefe da campanha de Trump a mais três anos e meio de prisão. Na semana passada, em outro processo, Manafort foi condenado no estado da Virgínia a quase quatro anos de reclusão.

Manafort terá que responder em Nova York ao processo por fraude e tentativa de fraude em um empréstimo solicitado para compra de um imóvel residencial. Além disso, Vance denunciou o ex-chefe de campanha de Trump por conspiração, falsificação de documentos comerciais e organização de um esquema para cometer fraudes.

Em fevereiro, a Promotoria de Nova York divulgou que estava preparando novas acusações contra Manafort, de 69 anos, para evitar um eventual perdão presidencial concedido por Trump.

O presidente, que defendeu o assessor em várias oportunidades, pode perdoar penas de crimes federais, mas não estaduais.

Na condenação anunciada mais cedo, a juíza Amy Berman Jackson ressaltou que o ex-chefe de campanha de Trump passou grande parte de sua carreira se dedicando a "enganar o sistema".

"Esse acusado não é o inimigo público número um, mas também não é uma vítima", disse a juíza responsável pelo caso.

Manafort também terá que pagar uma multa de US$ 6 milhões.

O processo contra Manafort é resultado da investigação do chamado "caso Rússia", liderada pelo promotor especial Robert Mueller, mas não tem relação com as atividades desempenhadas pelo assessor na campanha que levou Trump a vencer as eleições presidenciais.

Mueller acusa Manafort de ter criado uma "rede de empresas e contas bancárias" em diferentes países para esconder US$ 75 milhões, dinheiro proveniente do governo pró-Rússia da Ucrânia e de oligarcas próximos ao Kremlin.

Manafort deixou o comando da campanha de Trump em agosto de 2016 após a revelação de que recebeu US$ 12,7 milhões por assessorar em segredo o ex-presidente ucraniano Viktor Yanukovich. EFE