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Rússia acusa EUA de manipular redução armas nucleares no acordo START III

13/03/2019 13h58

Moscou, 13 mar (EFE).- O governo da Rússia acusou nesta quarta-feira os Estados Unidos de ter manipulado números para cumprir a redução em seu arsenal de armas nucleares estabelecida no tratado START III, que expira em 2021.

"O lado americano cumpriu os níveis totais (de redução de armas nucleares) com manipulações dos números. (...) Isso não foi alcançado só com a redução real das armas, mas também com a exclusão ilegítima de centenas de armas estratégicas do processo de registro", afirmou o Ministério das Relações Exteriores da Rússia.

Em nota, a pasta comandada pelo chanceler Sergey Lavrov ressaltou que esse é um "problema grave" e que faz o Kremlin pensar que não faz sentido negociar um prolongamento do START III sem resolvê-lo.

As afirmações de Lavrov eram uma resposta à subsecretária para o Controle de Armas do Departamento de Estado dos EUA, Andrea Thompson, que disse que a Casa Branca tem dois anos para decidir se prolonga ou não o tratado com o governo da Rússia.

"O prolongamento do START III não é uma formalidade técnica que possa ser discutida em algumas semanas", disse a diplomacia russa.

"Antes que as partes possam começar uma discussão essencial sobre essa possibilidade, os EUA devem cumprir plenamente com suas obrigações e permitir que o número de armas estratégicas ofensivas seja ajustado aos critérios estabelecidos no acordo", diz a nota do Ministério de Relações Exteriores da Rússia.

O tratado, assinado em 2010 entre os então presidente dos EUA, Barack Obama, e da Rússia, Dmitri Medvedev, visava limitar os arsenais das duas potências em 1.550 ogivas nucleares estratégicas. Os vetores de lançamento deveriam ser reduzidos para 800.

Com vigência de dez anos após a entrada em vigor em 20121, o acordo pode ser prolongado por mais cinco anos.

No entanto, após a saída dos dois países do Tratado de Forças Nucleares de Alcance Intermediário, conhecido como INF, o futuro do START III, que substituiu o START, de 1991, está em xeque. EFE