Tajani diz que Mussolini "fez coisas positivas", mas se declara antifascista
Roma, 13 mar (EFE).- O presidente do Parlamento Europeu, Antonio Tajani, afirmou nesta quarta-feira que o ditador italiano Benito Mussolini "fez coisas positivas" do ponto de vista das infraestruturas, mas posteriormente fez questão de se declarar "antifascista convencido" e reclamou da "manipulação" de suas palavras.
"Até que declarou guerra ao mundo inteiro seguindo Hitler e se tornou promotor das leis raciais (contra judeus desde 1938), além do assunto dramático do (assassinato do líder socialista Giacomo) Matteotti, (Mussolini) fez coisas positivas", disse Tajani em um programa de rádio da Itália quando perguntado sobre esta questão.
Tajani justificou que Mussolini "promoveu a infraestrutura" do país: "De um ponto de vista de fatos concretos realizados não se pode dizer que não tenha feito nada", opinou.
"Se pode não concordar com seu método, eu não sou fascista nem nunca fui, mas é preciso ser honesto, fez estradas, pontes, edifícios, centros esportivos, reabilitou parte da nossa Itália. Quando se faz um julgamento histórico, é preciso ser objetivo", argumentou.
Tajani continuou afirmando que as leis raciais, sobre a "raça italiana" e sobretudo contra os judeus, foram uma "loucura" e que a declaração da II Guerra Mundial representou "um suicídio pelo qual os italianos pagaram".
Interrompido pelo locutor, que questionou se "algo se salva" do legado de Mussolini, o político conservador acrescentou: "Absolutamente sim, certamente não era um campeão da democracia, mas fez algumas coisas", ressaltou, fazendo de novo insistência nas obras de infraestruturas que, em sua opinião, foram promovidas pelos fascistas.
Posteriormente, Tajani respondeu às primeiras críticas que recebeu por estas declarações pedindo para que não manipulassem suas palavras, com uma mensagem em inglês, alemão e italiano em sua conta oficial do Twitter como presidente da Eurocâmara.
"Vergonha daqueles que manipulam o que eu disse sobre o fascismo. Sempre fui um convencido antifascista, não permitirei que ninguém sugira o contrário. A ditadura fascista, as leis raciais e as mortes que causaram são a página mais negra da história italiana e europeia", considerou Tajani. EFE
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