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Vietnã pede libertação de acusada de matar irmão de Kim Jong-un

13/03/2019 03h53

Ho Chi Minh (Vietnã), 13 mar (EFE).- O governo do Vietnã solicitou a libertação da vietnamita Doan Thi Huong, acusada de assassinar em Kuala Lumpur, o irmão mais velho do líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, e que deve se apresentar na quinta-feira ao tribunal.

O ministro das Relações Exteriores do Vietnã, Pham Binh Minh, conversou na noite de terça-feira com o chanceler malaio, Saifuddin Abdullah, para iniciar os canais diplomáticos que podem levar à libertação da acusada, informou hoje o ministério vietnamita.

A mediação de Hanói acontece no dia seguinte a libertação da outra acusada, a indonésia Siti Aisyah, graças à intervenção de Jacarta.

As duas mulheres atacaram Kim Jong-nam no dia 13 de fevereiro de 2017, no terminal de embarque do aeroporto de Kuala Lumpur, em uma ação que Seul atribuiu a agentes norte-coreanos e que foi registrada pelas câmeras de segurança.

As duas acusadas declararam sempre sua inocência e asseguram que pensavam estar participando de uma brincadeira para um programa de televisão quando esfregaram no rosto da vítima uma substância que elas acreditavam ser inofensiva.

Ao contrário da vietnamita, Siti não aparece tão claramente nas imagens do ataque a Kim, assim como não foi captada depois pelas câmeras na direção dos banheiros do aeroporto, o que é utilizado pela promotoria contra Doan como prova de que ela sabia da toxicidade do produto que utilizaram.

A declaração de Doan, que se for considerada culpada seria condenada à pena de morte, estava prevista para segunda-feira, mas após a libertação da indonésia, foi adiada para amanhã, pois seus advogados também solicitaram a retirada das acusações.

Kim Jong-nam morreu a caminho do hospital, menos de 30 minutos após receber o veneno, que foi identificado como o agente nervoso VX, um líquido oleoso, incolor e sem cheiro considerado pelas Nações Unidas como arma de destruição em massa.

Segundo a investigação da polícia malaia, o assassinato foi organizado por quatro norte-coreanos: Ri Ji-hyon, Hong Song-hac, O Jong-gil e Ri Jae-nam, que contrataram as duas mulheres usando nomes e nacionalidades diferentes.

Os quatro suspeitos estão desaparecidos depois de deixar Kuala Lumpur. Já a Coreia do Norte nega qualquer envolvimento no caso. EFE