Senado dos EUA vota sobre declaração de emergência de Trump
Washington, 14 mar (EFE).- A sessão para votar uma resolução contra a emergência nacional decretada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para desviar fundos para a construção de um muro na fronteira com o México, começou nesta quinta-feira no Senado, que é controlado pelo Partido Republicano.
Quatro senadores republicanos - Susan Collins, Lisa Murkowski, Thom Tillin e Rand Paul - já anunciaram que votarão a favor da resolução, impulsionada pela maioria democrata da Câmara dos Representantes.
Caso isso se confirme, esses votos pesarão na balança em favor da declaração contra a iniciativa de Trump no Senado, que é formado por 53 republicanos e 47 democratas.
Além dos mencionados, outros senadores republicanos como Marco Rubio, Mitt Romney, Ron Johnson e Ben Sasse, também expressaram preocupação com o conteúdo e o alcance da declaração de Trump nas últimas semanas.
A resolução contra a emergência nacional foi apresentada na Câmara dos Representantes pelo presidente do Caucus Hispânico do Congresso (CHC), Joaquín Castro, com o objetivo de censurar o fato de Trump ter passado por cima da autoridade legislativa dos congressistas, que não tinham aprovado os recursos para o muro que o governante tanto deseja.
A iniciativa foi aprovada em fevereiro em uma votação na Câmara, que é controlada pelo Partido Democrata, por 245 votos a favor e 182 contra.
Se o Senado também der hoje sinal verde para a resolução, Trump tem o poder de vetá-la e devolvê-la ao Congresso, que então precisaria do apoio de dois terços nas duas Casas para revogar o veto presidencial e torná-la efetiva, algo menos provável que ocorra.
De qualquer maneira, o fato de o Congresso mostrar desacordo com Trump representa um revés para a autoridade do governante.
"Uma grande votação sobre a emergência nacional ocorrerá hoje no Senado sobre segurança fronteiriça e o muro (que já está em construção). Estou preparado para vetá-la, se for necessário", advertiu hoje Trump no Twitter, horas antes da votação.
"A fronteira sul é um pesadelo humanitário e de segurança nacional, mas pode ser resolvido facilmente!", acrescentou o presidente.
Apesar da pressão exercida nas últimas semanas pela Casa Branca e pelo líder da maioria republicana no Senado, Mitch McConnell, tudo indica que os senadores vão aprovar a resolução.
No dia 15 de fevereiro, Trump assinou uma declaração de emergência nacional, uma medida extraordinária que permite aos presidentes acesso temporário a um poder especial para enfrentar uma crise.
Trump justificou sua declaração de emergência na suposta "invasão" de drogas e criminosos através da fronteira com o México.
Com o decreto, o governante pretende reunir US$ 6,6 bilhões desviados de diferentes verbas já aprovadas pelo Congresso, que se somariam aos US$ 1,375 bilhão concedidos pelo Poder Legislativo para construir o muro. EFE
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