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EUA limitam vistos de cubanos não imigrantes a 3 meses e apenas uma entrada

15/03/2019 21h26

Havana, 15 mar (EFE).- Os Estados Unidos reduzirão a partir da próxima segunda-feira a validade do visto categoria B2, outorgado aos cubanos não imigrantes, a três meses e com apenas uma entrada nesse período, informou nesta sexta-feira a embaixada do país em Havana.

A categoria B2, que prevê visitas familiares, de turismo, para tratamento médico e propósitos de viagem similar, era outorgada até o momento por cinco anos e permitia aos cubanos múltiplas entradas nos EUA.

"O Departamento de Estado reduziu a validade do visto B2 a três meses e a uma só entrada para os cidadãos cubanos para igualar a validade inferior concedida pelo governo de Cuba aos cidadãos dos Estados Unidos em categorias similares", indica uma nota de imprensa divulgada no site da embaixada dos EUA em Havana.

Além disso, esclarece que "nenhuma outra categoria de visto para cidadãos cubanos será objeto de modificação" e que os vistos B2 de cinco anos de múltiplas entradas - outorgados anteriormente - "permanecem válidos até sua data de vencimento".

A nota afirma ainda que a lei de imigração do país estabelece que as tarifas dos vistos e os períodos de validade destes "sejam recíprocos, sempre que seja factível, com o tratamento oferecido aos cidadãos dos EUA".

"Cuba concede aos turistas americanos vistos de uma só entrada para uma estadia de dois meses, prorrogáveis por outros 30 dias para um total de três meses, por uma tarifa de US$ 50", ressalta o comunicado.

A nota ainda ressalta que, antes da nova disposição anunciada nesta sexta-feira, o governo de Washington concedia aos solicitantes cubanos do B2 um visto de múltiplas entradas com 60 meses de validade por US$ 160.

Cuba e EUA anunciaram o restabelecimento de suas relações em 17 de dezembro de 2014, com Barack Obama na Casa Branca e Raúl Castro na presidência da ilha, e o materializaram com a mútua reabertura de embaixadas em 2015, o reatamento dos voos comerciais diretos e a assinatura de acordos em áreas como segurança, migração, educação, saúde e cultura.

No entanto, a chegada de Donald Trump à presidência em 2017 freou a normalização das relações bilaterais e reverteu parcialmente a política de degelo iniciada pelo seu antecessor por meio da restrição das viagens de americanos a Cuba e da imposição de obstáculos aos negócios com a ilha.

A isso se somou mais recentemente a questão dos misteriosos incidentes de saúde reportados por Washington e que afetaram 26 funcionários americanos da missão diplomática dos EUA em Cuba entre novembro de 2016 e agosto de 2017, que foram investigados, mas ainda não esclarecidos.

Esta situação provocou tensões e uma deterioração na já frágil e tensa relação entre os governos dos dois países.

O governo Trump reagiu a essa situação com a retirada da maioria da equipe da sua legação em Havana e acusou Cuba de não ter protegido seu pessoal adequadamente, enquanto o Executivo do país caribenho negou taxativamente qualquer relação com os incidentes. EFE