Governo liberta 50 "presos políticos" após retomada de diálogo na Nicarágua
Manágua, 15 mar (EFE).- Um grupo de 50 manifestantes opositores foram libertados nesta sexta-feira por decisão do governo de Daniel Ortega após a retomada das negociações que mantém com uma aliança opositora, com as quais buscam superar a crise que explodiu na Nicarágua em abril do ano passado.
Os libertados saíram a bordo de ônibus da prisão de segurança máxima conhecida como "La Modelo", sob a custódia de autoridades do Sistema Penitenciário Nacional e em meio à emoção de seus familiares que estavam nos arredores, segundo constatou a Agência Efe.
Há dois dias, o governo da Nicarágua decidiu com a opositora Aliança Cívica retomar as negociações para superar a crise que explodiu em abril do ano passado em troca da libertação "de um núcleo apreciável" de manifestantes presos a partir de hoje.
Em comunicado, o Ministério de Governo informou que foram 50 os libertados.
"O Ministério de Governo informa às famílias nicaraguenses e de outras nacionalidades que, através da Direção Geral do Sistema Penitenciário Nacional, deu cumprimento a 50 ordens a favor de pessoas que estavam detidas por ter cometido crimes contra a segurança comum e crimes contra a tranquilidade pública", indicou.
Moradores da capital Manágua saíram às ruas, alguns com as bandeiras da Nicarágua, para saudar a caravana de veículos onde viajam os libertados.
O Estado mantinha presos pelo menos 650 manifestantes antigovernamentais e mudou o regime carcerário de outros 112 "presos políticos", em um total de 762 detentos, segundo o Comitê Pró Liberdade de Presos e Presos Políticos, que acusa o governo de utilizá-los "como reféns" nas negociações que mantém com a Aliança Cívica pela Justiça e a Democracia.
O governo de Ortega reconhece 340 detidos pela sua participação na fracassada "tentativa de golpe de Estado", como o Executivo classifica os protestos populares que começaram em abril de 2018, e os tacha de "terroristas", "golpistas" e "delinquentes comuns".
A libertação do novo grupo se trata de uma decisão unilateral e política do governo, segundo a Aliança Cívica, que sustenta que na mesa são discutidos processos e mecanismos que garantam a liberdade absoluta dos "presos políticos".
Desde o último dia 18 de abril, a Nicarágua sofre uma grave crise que deixou 325 mortos, de acordo com a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), embora alguns grupos humanitários locais elevem a 561 o número de vítimas mortais, enquanto o Executivo só reconhece 199 e denuncia uma tentativa de golpe de Estado. EFE
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