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Polícia confirma "múltiplas mortes" e 4 presos após tiroteio na Nova Zelândia

15/03/2019 03h26

Sydney (Austrália), 15 mar (EFE).- Quatro pessoas foram presas na Nova Zelândia após os tiroteios registrados nesta sexta-feira, no interior de duas mesquitas da cidade de Christchurch, onde aconteceram "múltiplas mortes", de acordo com informações da polícia.

"Há quatro pessoas sob custódia. Mas não sabemos se há mais envolvidos, mas não podemos supor que não haja mais", disse em entrevista coletiva, o chefe da polícia Mike Bush, que evitou falar sobre o número de vítimas, mas descreveu-o como "significativo".

O agente afirmou que os presos são três homens e uma mulher, com quem encontraram artefatos explosivos em seus veículos, e alertou sobre a possibilidade que o incidente não esteja limitado à cidade.

Imagens divulgadas pela televisão mostraram um homem preso ao lado de um SUV branco que foi atingido por uma viatura policial.

A polícia, que evitava comentar os possíveis motivos dos agressores, convocou todas as mesquitas do país que fechem suas portas e recomendou aos fiéis que evitassem visitas aos centros.

As duas mesquitas atacadas, localizadas em duas avenidas centrais da cidade, ainda são cercadas pela polícia, que, em vez disso, suspendeu a ordem de confinamento em todas as escolas, apesar de considerar que o caso ainda não está fechado.

A primeira-ministra da Nova Zelândia, Jacinda Ardern, afirmou que o ataque foi "um ato de violência extraordinário e sem precedentes", no que descreveu como "um dos dias mais sombrios da Nova Zelândia".

"Esse tipo de violência não faz sentido na Nova Zelândia, não é isso que somos", afirmou.

Um dos tiroteios foi retransmitido ao vivo através das redes sociais pelo agressor, que aparece em trajes militares dentro da mesquita disparando à queima-roupa em várias pessoas com uma arma automática.

Nas redes sociais também circula um manifesto dos agressores que incluiria qualificações pejorativas contra os muçulmanos.

"Ele é claramente um supremacista branco que planejou isso por dois anos", disse um analista em segurança à emissora "Radio New Zeland".

Um dos agressores foi identificado como Brenton Tarrant, um australiano de New South Wales, de acordo com uma fonte da polícia da Austrália.

Várias testemunhas afirmaram que no interior de uma das mesquitas havia entre 300 e 500 pessoas. As primeiras informações eram que uma equipe de críquete de Bangladesh, que tinha um jogo marcado amanhã contra os neozelandeses, estavam no local. No entanto, eles escaparam ilesos.

"Nossa equipe estava a caminho da mesquita para realizar a oração de sexta-feira. O ataque aconteceu antes que chegassem ao local", disse o diretor executivo do Conselho de Críquete de Bangladesh, Nizamuddin Chowdhury. EFE