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Itamaraty celebra decisão do BID de reconhecer designado por Guaidó

16/03/2019 15h06

Rio de Janeiro, 16 mar (EFE).- O governo brasileiro enalteceu neste sábado a decisão do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) de reconhecer como representante da Venezuela diante do órgão o nome designado pelo presidente do Parlamento venezuelano, Juan Guaidó, autoproclamado presidente interino do país.

O Ministério das Relações Exteriores do Brasil, em comunicado, afirmou que a decisão demonstra o apoio internacional a Guaidó como presidente legítimo da Venezuela e a rejeição ao governo de Nicolás Maduro.

Os governadores do Banco Interamericano de Desenvolvimento aprovaram na sexta-feira uma resolução reconhecendo a nomeação de Ricardo Hausmann, designado para o cargo por Guaidó, como governador da Venezuela para o BID.

Da mesma forma, os governadores da Corporação Interamericana de Investimentos (CII), o braço do BID para empréstimos no setor privado, também deram sinal verde à nomeação de Hausmann.

Os dois órgãos multilaterais se transformaram dessa forma nas primeiras instituições financeiras internacionais a reconhecerem um enviado de Guaidó.

O Itamaraty destacou no comunicado que a nomeação, aprovada por grande maioria dos votos (75%) em ambos os órgãos, "demonstra novamente a rejeição internacional ao regime de Nicolás Maduro".

De acordo com a nota, a maioria dos membros do BID, incluindo o Brasil, manifestaram assim "o claro e firme apoio internacional ao presidente Guaidó e ao seu governo, único representante legítimo do Estado venezuelano".

"Ao passar a contar com um representante da verdadeira Venezuela, da Venezuela que inicia a transição democrática sob a liderança de Guaidó, o BID se credencia para desempenhar um papel decisivo na recuperação da economia venezuelana, que pressupõe a redemocratização do país", acrescenta o comunicado.

Hausmann, nomeado por Guaidó como o seu representante diante do BID em 4 de março, vinha atuando como diretor do Centro para o Desenvolvimento Internacional e professor de Economia do Desenvolvimento da Escola de Governo John F. Kennedy da Universidade de Harvard.

Entre 1992 e 1993 trabalhou como ministro de Planejamento no segundo governo do presidente Carlos Andrés Pérez (1989-1993) e como membro do Diretório do Banco Central da Venezuela. De 1994 a 2000 foi economista-chefe do BID.

Guaidó, reconhecido por mais de 50 países, se proclamou presidente interino em 23 de janeiro com base em artigos da Constituição e declarou Maduro um usurpador da presidência.

O BID, principal fonte de financiamento para o desenvolvimento na América Latina, suspendeu em maio do ano passado os empréstimos à Venezuela por descumprimento de pagamentos atrasados avaliados em US$ 88,3 milhões. EFE