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Caixa-preta de avião que caiu na Etiópia tem dados similares aos da Indonésia

17/03/2019 17h31

Adis Abeba, 17 mar (EFE).- O relatório preliminar sobre as caixas-pretas do Boeing 737 MAX da Ethiopian Airlines, que caiu há uma semana e deixou 157 mortos, indica, segundo o governo local, "claras semelhanças" com as informações coletadas após o acidente com um avião da Lion Air em outubro do ano passado, na Indonésia.

"Encontraram claras semelhanças, mas ainda é cedo para dar um veredito conclusivo", disse neste domingo a ministra de Transportes da Etiópia, Dagmatiw Moges, em entrevista coletiva.

A ministra, que só falou por três minutos, não explicou quais são essas semelhanças e indicou que elas serão investigadas posteriormente. A expectativa é que os resultados saiam em 30 dias.

Moges ainda afirmou que só poderá mais detalhes sobre o conteúdo da caixa-preta quando uma equipe do ministério retornar de Paris, onde elas estão sendo analisadas.

A entrevista coletiva ocorreu depois de o governo da Etiópia receber algumas informações sobre o voo ET302, que caiu pouco depois de decolar do Aeroporto de Adis Abeba rumo a Nairóbi, matando 157 pessoas de 35 nacionalidades diferentes.

O piloto da Ethiopian Airlines comunicou problemas de "controle de voo" após a decolagem e pediu à torre de comando do aeroporto para pousar no aeroporto de Adis Abeba.

"Solicito volta para casa. Solicito vetor (sistema de navegação) para aterrissar", disse o piloto em aparente estado de pânico aos controladores, como revelou o jornal "The New York Times".

Em 29 de outubro de 2018, outro Boeing 737 MAX, da Lion Air, caiu no Mar de Java minutos depois de decolar do aeroporto de Jacarta. As 189 pessoas que estavam a bordo morreram no acidente.

A Etiópia realizou neste domingo um grande funeral simbólico em homenagem às 157 pessoas que morreram na queda de um avião operado pela companhia aérea Ethiopian Airlines na semana passada.

A cerimônia foi celebrada no cemitério da igreja Saint Trinity da capital Adis Abeba e contou com a presença de milhares de pessoas, entre elas parentes e amigos das vítimas, assim como funcionários da Ethiopian Airlines.

Como nenhum corpo foi recuperado após o acidente, as autoridades recolheram terra da região do acidente e cada parente enterrou um quilo. Cada vítima terá agora uma lápide marcada com o seu nome no cemitério.

Além disso, 17 caixões vazios cobertos com a bandeira da Etiópia foram levados em um cortejo fúnebre pela capital. Alguns parentes das vítimas chegaram a desmaiar durante o ato. EFE