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Putin chega à Crimeia para celebrar aniversário de reunificação com a Rússia

18/03/2019 09h44

Moscou, 18 mar (EFE).- O presidente da Rússia, Vladimir Putin, chega nesta segunda-feira à Crimeia para comemorar o quinto aniversário de reunificação da península com seu país, que é considerada uma anexação pela Ucrânia e pela maior parte da comunidade internacional.

Putin, que já esteve na Crimeia em várias ocasiões, inaugurará duas usinas termelétricas e uma subestação de energia elétrica na península, informou o Kremlin.

Segundo o porta-voz presidencial, Dmitri Peskov, a entrada em funcionamento dessas centrais simboliza a plena autonomia energética do território, que está unido ao restante do continente russo por uma ponte inaugurada por Putin em maio de 2018.

Além disso, o presidente russo também visitará o porto de Sebastopol, sede da frota russa do Mar Negro, e um memorial dedicado à defesa da península durante a Guerra da Crimeia e a Segunda Guerra Mundial.

De acordo com pesquisas recentes, 89% dos crimeanos apoiam a reunificação, enquanto esse percentual é de 88% entre os russos.

A minoria tártara da Crimeia, que representa pouco mais de 10% da população peninsular, rejeita o que eles consideram "ocupação" russa e conservam os passaportes ucranianos.

Os crimeanos celebraram no sábado o quinto aniversário do referendo no qual mais de 95% dos moradores da região que era controlada pela Ucrânia se manifestaram em favor do rompimento dos laços com Kiev.

Dois dias depois, em 18 de março de 2014, Putin e os líderes da Crimeia e Sebastopol assinavam no Kremlin os tratados de incorporação desses territórios à Federação da Rússia.

O líder crimeano, Sergei Axionov, reconheceu hoje que ele e seus partidários estiveram vários anos preparando o retorno à Rússia.

O presidente ucraniano, Petro Poroshenko, que está em plena campanha eleitoral, garantiu por sua vez que "a Crimeia será devolvida à Ucrânia".

"A Ucrânia não cede a qualquer negociação, a qualquer acordo secreto. Faremos o possível para que isso aconteça o mais rápido possível, imediatamente depois das eleições presidenciais", disse o líder ucraniano.

Poroshenko contou desde o princípio com o apoio de Ocidente, que impôs sanções a Moscou pouco depois da anexação.

A alta representante da UE para Política Externa e Segurança, Federica Mogherini, reiterou no domingo o "não reconhecimento" de Bruxelas à anexação russa, que qualificou de "desafio direto à segurança internacional".

No fim de fevereiro, o secretário de Estado americano, Mike Pompeo, garantiu que "a Crimeia é a Ucrânia" e deve ser devolvida pela Rússia. EFE