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Trump apoia entrada do Brasil na OCDE e estuda conceder privilégios militares

19/03/2019 15h02

Washington, 19 mar (EFE).- O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta terça-feira que apoia a entrada do Brasil na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e que é a favor de conceder ao país privilégios militares similares aos concedidos aos aliados americanos que são membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).

Pela primeira vez reunido com o presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, Trump afirmou que Brasil e EUA "nunca estiveram tão perto" e que isso "provavelmente se deve à relação" entre os dois governantes, alinhados ideologicamente.

"É uma grande honra ter o presidente Bolsonaro aqui, ele fez um trabalho excelente e concorreu em uma campanha eleitoral incrível. Alguns dizem que lembrou um pouco a nossa campanha (pelo Partido Republicano à presidência dos EUA em 2016), algo que me deixa honrado", disse Trump ao receber o presidente brasileiro na Casa Branca.

Bolsonaro, por sua vez, destacou a mudança de liderança no Brasil depois de "algumas décadas de presidentes antiamericanos".

"Temos muitas coisas em comum com o o senhor Donald Trump e é para mim um motivo de orgulho e satisfação. Ele quer os Estados Unidos grandes, e eu também quero um Brasil grande. A partir deste momento, o Brasil estará mais do que nunca em contato com os Estados Unidos", afirmou.

Trump também disse que respalda a campanha do Brasil para entrar na OCDE, formalizada no ano passado. Entretanto, o processo de avaliação dos pedidos de adesão pode levar anos, e Bolsonaro quer agilizá-lo com o apoio formal dos EUA.

Trump também declarou que está "avaliando muito a sério" conceder privilégios militares ao Brasil, "seja na Otan ou em algo relacionado com uma aliança".

O governo brasileiro pretendia conseguir nesta visita que os EUA passem a considerá-lo como aliado militar estratégico fora da Otan, um status especial que abre a porta para o repasse de artigos excedentes de defesa e a organização de manobras conjuntas.

A Argentina é o único país latino-americano que conseguiu até agora esse status, assim como outros 17 em outros continentes.

Os dois governantes planejavam conversar também sobre a Venezuela e comércio, e Trump previu que as relações comerciais entre Brasil e EUA "aumentarão notavelmente" nos próximos anos. EFE