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Afeganistão adia eleições presidenciais para 28 de setembro

20/03/2019 13h54

Cabul, 20 mar (EFE).- A Comissão Eleitoral Independente do Afeganistão (IEC) anunciou nesta quarta-feira que vai adiar pela segunda vez as eleições presidenciais do país.

Inicialmente marcado para ocorrer em abril, o pleito foi agendado para o dia 20 de julho e adiado outra vez para 28 de setembro.

"Devido à falta de tempo, necessidade de reformas na comissão e da preparação para um pleito justo, transparente e de alcance nacional, as eleições presidenciais não poderão ser realizadas na data anunciada para julho", indicou em entrevista coletiva a chefe da IEC, Hawa Alam Nuristani.

Nuristani anunciou como nova data 28 de setembro, mas advertiu que o pleito só poderá ser realizado se todos os atores envolvidos, incluindo o governo e as missões internacionais, cumpram com suas responsabilidades relativas ao financiamento e à segurança.

Além das eleições gerais, os afegãos elegeram na mesma data os representantes dos conselhos provinciais e dos distritos.

Após o pleito parlamentar de outubro ter gerado acusações de fraude e má gestão, o governo do Afeganistão modificou a lei eleitoral em fevereiro e mudou os membros da IEC com o objetivo de garantir a transparência das eleições presidenciais.

A previsão inicial era que as eleições presidenciais fossem realizadas seis meses depois das parlamentares, que foram postergadas em várias ocasiões e finalmente realizadas em outubro, depois de três anos de atrasos.

O novo atraso acontece em meio ao diálogo de paz entre os Estados Unidos e os talibãs, que se reuniram em várias ocasiões nos últimos meses. No entanto, os insurgentes se negam a discutir o processo com representantes do governo do Afeganistão.

Após quase 17 anos de conflito armado, o governo controla cerca de 55% do território do Afeganistão, e os talibãs dominam em torno de 11%, enquanto o resto do território está em disputa, segundo dados do inspetor especial geral para a Reconstrução do Afeganistão (SIGAR) do Congresso dos Estados Unidos. EFE