Após condenação, Karadzic pede que seguidores não reajam com violência
Haia, 20 mar (EFE).- O ex-líder servio-bósnio Radovan Karadzic, condenado ontem a prisão perpétua pelo genocídio de Srebrenica em 1995 e outros crimes de guerra e contra a humanidade durante o conflito da Bósnia-Herzegovina, pediu nesta quarta-feira por meio de seu advogado, Peter Robinson, que seus seguidores não reajam à condenação com violência.
"Karadzic disse que a política se impôs à justiça", afirmou o advogado, que conversou com jornalistas entre os gritos de algumas mães de Srebrenica que acompanharam a leitura do veredicto.
Para o advogado, o processo, que durou dez anos para ser concluído, confirma que "não havia justiça possível". Segundo ele, Karadzic ficou "resignado", mas já esperava a condenação.
"Ele disse que o preço de uma república de Srpska independente (ente territorial sérvio na Bósnia-Herzegovina) - que Karadzic presidia durante a guerra - é perder sua liberdade, mas está preparado para assumir esse custo", disse o advogado.
Robinson explicou que Karadzic não poderá recorrer da decisão. No entanto, disse que seu cliente está "determinado a fazer o possível para mudar o veredicto".
"A única opção legal que resta a Karadzic é apresentar novos fatos que permitam revisar a decisão", disse Robinson. EFE
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